CONSIDERAÇÕES INICIAIS Estimado(a) estudante do Ensino Médio da Paraíba, o seu futuro está literalmente na palma das mãos. O Conselho Federal de Economia (COFECON), em colaboração com o Conselho Regional de Economia da Paraíba (CORECON-PB) e outros conselhos regionais, oferece a oportunidade de participar pelo celular do DESAFIO QUERO SER ECONOMISTA 2024.
Escolher uma carreira é um dos momentos mais decisivos na vida de qualquer jovem. Para estudantes de escolas públicas e privadas do Ensino Médio, este período é marcado por dúvidas e escolhas que podem definir o futuro profissional. Entre as diversas profissões que despertam interesse, a de economista tem ganhado destaque. Mas, afinal, o que faz um economista? E qual é a sua importância no atual contexto econômico brasileiro?
Neste artigo, o principal objetivo é revelar o papel do economista na Quarta Revolução Industrial. Em seguida, discutir o cenário econômico do Brasil e mostrar como essa carreira pode ser promissora para aqueles que desejam compreender e influenciar os rumos da economia local, estadual, regional, nacional e global.
O QUE FAZ UM ECONOMISTA? O economista é o profissional que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. Diariamente, ele analisa dados nacionais e internacionais, identifica tendências e faz previsões que ajudam agentes econômicos, como famílias, empresas, governos e organizações de comércio exterior, a tomar decisões informadas, sempre avaliando os riscos.
A economia é uma ciência social, humana, e não uma ciência exata. Ela abrange várias áreas, como a macroeconomia (que estuda a economia como um todo) e a microeconomia (focada nas decisões específicas de indivíduos e empresas). A sua principal lei vigora desde o século XVIII, é a lei da oferta e da demanda.
No Brasil, com 204,2 milhões de habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a demanda por economistas tem crescido, especialmente em tempos de crise econômica, quando suas habilidades se tornam essenciais para traçar estratégias de recuperação econômica.
No populoso e extenso território brasileiro, composto por 5.570 municípios, cerca de 20,8 milhões de famílias são beneficiadas pelo Programa Bolsa Família, recebendo um benefício médio mensal de R$ 681,09. Esses dados evidenciam que o nível de pobreza é elevado.
O CONTEXTO DA ECONOMIA BRASILEIRA O Brasil possui uma economia emergente e em constante transformação, oferecendo um campo vasto e desafiador para economistas nos três setores da economia: o setor primário (agropecuário), o setor secundário (industrial) e o setor terciário (serviços). Nos últimos 42 anos, o país, rico em recursos naturais, cresceu em média 2,2% ao ano no período 1981-2023, enfrentando desafios como recessão, hiperinflação e elevado desemprego.
A economia brasileira está em fase de recuperação gradual, com o Produto Interno Bruto (PIB) crescendo 2,9% em 2023. Segundo o último Boletim FOCUS do Banco Central do Brasil (BACEN), a expectativa de crescimento do PIB para 2024 é de 2,23%, e para 2025, de 1,89%. Essa desaceleração é influenciada por problemas como mudanças climáticas e flutuações nos preços dos insumos e das commodities no agronegócio, um dos pilares da economia brasileira, que vem se adaptando às realidades de um mercado cada vez mais competitivo e globalizado.
O Brasil é a nona maior economia do mundo, com um PIB nominal de US$ 2,17 trilhões em 2023, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). É membro do Grupo dos Vinte (G20), do BRICS (Brazil, Russia, India, China and South Africa) Plus e do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL). No entanto, figura entre os 20 países mais desiguais do planeta, com um Coeficiente de Gini de 48,9, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O desemprego é um dos principais problemas do Brasil, com uma taxa de 6,9% no segundo trimestre de 2024, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. Apesar de ser a taxa mais baixa desde junho de 2014, ainda há 7,5 milhões de desempregados. O desemprego é uma das causas do elevado número de inadimplentes, que somam 72,5 milhões em junho de 2024, de acordo com a SERASA.
O economista analisa as causas e consequências do desemprego no Brasil, sendo também parte do contingente de pessoas que recebem seguro-desemprego. É alarmante o aumento dos requerimentos de seguro-desemprego, com as despesas governamentais com o seguro-desemprego e o abono salarial subindo de R$ 26,9 bilhões em 2009 para R$ 72,9 bilhões em 2023, segundo o Tesouro Nacional.
O Brasil caminha para o pleno emprego, uma taxa de desemprego de 4,5% da população economicamente ativa (PEA), devido o menor custo de contratação de funcionários pelas empresas e a maior mobilidade dos trabalhadores para setores com melhores salários. Atualmente, o salário mínimo é de R$ 1.412,00 por mês, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é de 4,5% e a taxa Selic está em 10,50% ao ano, tornando o Brasil a segunda maior taxa de juros real do mundo, com 6,79%, atrás apenas da Rússia, com 8,91%, de acordo com a MoneYou.
A inflação alta, medida pelo IPCA, provoca a perda de poder aquisitivo das famílias, colocando o Brasil como o sexto país com maior inflação do G20, impactando diretamente os membros das cinco classes econômicas (A, B, C, D e E) e afetando os rumos da economia brasileira.
POR QUE ESCOLHER A CARREIRA DE ECONOMISTA? Os recursos produtivos são escassos e as escolhas são fundamentais no continental Brasil. Para os estudantes do Ensino Médio, optar por uma carreira de economista pode ser uma escolha estratégica. Além de estar em um campo com diversas oportunidades de emprego, tanto no setor público quanto no privado, o economista tem a chance de influenciar diretamente o desenvolvimento econômico, social, humano e sustentável do país.
As oportunidades para economistas são vastas em todo o Brasil, desde atuar como professor em universidades públicas ou privadas, diretor financeiro em empresas privadas ou estatais, até ocupar posições como economista-chefe em bancos, federações e sindicatos, além de economistas consultores, projetistas e peritos.
As tecnologias avançadas, como a inteligência artificial (IA), a Internet das Coisas (IoT), a blockchain e a robótica, estão redefinindo as dinâmicas socioeconômicas na atualidade. No contexto da Indústria 4.0, essas tecnologias não apenas revolucionam a produção e a oferta de bens e serviços, mas também desafiam os economistas a desenvolverem novas abordagens para enfrentar questões como o desemprego tecnológico, a desigualdade econômica e a regulação dos mercados digitais.
DESAFIO QUERO SER ECONOMISTA 2024 Portanto, não perca a chance de participar do DESAFIO QUERO SER ECONOMISTA 2024. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas online:
https://www.desafioquerosereconomista.org.br. Os prêmios em dinheiro são: R$ 2.000,00 para o primeiro lugar, R$ 1.500,00 para o segundo lugar e R$ 1.000,00 para o terceiro lugar.
"O DESAFIO QUERO SER ECONOMISTA de 2024 chega em novo formato com jogos interativos como anagramas, game show e palavras cruzadas", segundo o COFECON. É preciso ressaltar que é uma competição online entre estudantes de Ensino Médio em todo o Brasil, que apresenta conceitos básicos da Ciência Econômica e basta ter acesso à internet pelo celular para participar do jogo online e ganhar prêmios em dinheiro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Ser economista é muito mais do que lidar com números, com dinheiro; é contribuir para melhorar a vida das famílias, o crescimento das empresas e o desenvolvimento das nações. Os estudantes do Ensino Médio na Paraíba, terra de Celso Furtado (1920-2004), o maior economista brasileiro de todos os tempos, podem considerar essa futura carreira profissional e ingressar em uma ciência dinâmica e em constante evolução, cuja missão é gerar riquezas, é promover a prosperidade econômica.
Escolher a profissão de economista significa ter um papel crucial na construção de um país mais próspero, justo e sustentável. Se você deseja ser economista no Brasil, é preciso ler, reler e ler de novo as obras-primas de Adam Smith, David Ricardo, Karl Marx, Alfred Marshall, John Maynard Keynes, Joseph Schumpeter, John Kenneth Galbraith, Milton Friedman, Friedrich von Hayek, Ludwig von Mises e Amartya Sen. É fundamental estar sempre apto e disposto a buscar o ouro do século XXI: o conhecimento.
(*) Paulo Galvão Júnior é economista paraibano, conselheiro efetivo do CORECON-PB, autor de 17 e-books de Economia, além de autor e coautor de mais de 330 artigos de Economia. O próximo e-book a ser publicado será: A IMPORTÂNCIA DO CANADÁ NO G7 E G20.