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10/11/2024 às 09h33min - Atualizada em 10/11/2024 às 09h29min

Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil: Três Décadas de Saudade!

Paulo Galvão Júnior (1)

Paulo Galvão Júnior

Paulo Galvão Júnior

Economista paraibano, autor de 18 e-Books de Economia, conselheiro do CORECON-PB e diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da PB.

Fonte: Ayrton Senna no pódio ao vencer pela primeira vez o GP do Brasil de 1991.
Considerações Iniciais

O dia 1º de maio de 1994 marcou o fim do melhor piloto brasileiro de Fórmula Um (F1) e o nascimento de uma lenda. Ayrton Senna da Silva (1960-1994), o piloto brasileiro que transcendeu as pistas da F1 e se tornou um ídolo mundial, pela perseverança e genialidade, teve sua trajetória interrompida tragicamente no circuito de Ímola, na Itália, durante o Grande Prêmio (GP) de San Marino de 1994.

Sua trágica morte ao volante do Williams FW16, com o número 2, na curva Tamburello, ao bater a mais de 300 km/h numa parede desprotegida, não apenas comoveu o Brasil como também impactou milhões de fãs ao redor do mundo, especialmente no Japão.

Trinta anos depois, Ayrton Senna permanece vivo na memória dos brasileiros e japoneses como um dos maiores heróis esportivos, alguém que redefiniu o que significa lutar pelo topo com paixão, talento e uma dedicação inabalável. Ayrton Senna da Silva é um herói nacional!

Três Décadas de Saudade

Ayrton Senna foi um grande piloto de F1. Sua rica jornada automobilística começou nas pistas de kart no Brasil, onde, ainda criança, demonstrou uma habilidade única para a velocidade. Seu talento no kart (tetracampeão brasileiro de 1978, 1979, 1980 e 1981 e bicampeão sul-americano de 1977 e 1978) o levou às categorias mais prestigiadas do automobilismo mundial, na Fórmula Ford 1600 (campeão em 1981), Fórmula Ford 2000 (campeão em 1982), Fórmula 3 (campeão em 1983) e até chegar a F1 em 1984, que foi marcada por momentos brilhantes e disputas épicas contra campeões como Alain Prost (1985, 1986, 1989 e 1993), Nigel Mansell (1992) e Nelson Piquet (1981, 1983 e 1987).

Com três títulos mundiais de F1 (1988, 1990 e 1991), os três conquistados no GP do Japão, na McLaren como motor Honda, Ayrton Senna se destacou por seu espírito competitivo e atitudes agressivas, especialmente em condições adversas, como em corridas sob chuva.

Sua histórica performance no GP de Mônaco de 1984, quando competiu com um carro inferior, o Toleman, mostrou ao mundo sua capacidade de superar qualquer limite, conquistando uma legião de fãs. Senna largou na 13ª posição no grid, num dia de forte chuva, ultrapassou o piloto finlandês Keke Rosberg (campeão mundial de 1982) da Willians, depois passou o piloto austríaco Niki Lauda da McLaren (tricampeão mundial de F1 de 1975, 1977 e 1984), mas chegou em segundo lugar, após o diretor de prova encerrar a corrida e beneficiou o piloto francês Alain Prost com a vitória pela McLaren nas ruas estreitas de Mônaco. Foi o primeiro pódio e os primeiros pontos (3 pontos) do tricampeão Ayrton Senna da Silva.

Além das pistas, Ayrton Senna cativava pelo carisma e pelo profundo amor que demonstrava pelo Brasil. Embora competisse em um esporte predominantemente europeu, ele nunca esqueceu suas raízes e tornou-se um porta-voz do orgulho brasileiro. A cada vitória, Senna erguia a bandeira verde e amarela, unindo o país em uma torcida vibrante e apaixonada.

Fora das pistas, Senna era reservado, mas consciente de sua responsabilidade como ídolo, com uma preocupação constante com as desigualdades sociais. Atualmente, são 16,390 milhões de pessoas vivendo em 12.348 favelas em 656 municípios no nono país mais rico do mundo.

Legado de Senna

Seu legado de humildade e patriotismo tornou-se inspiração para milhões de pessoas no Brasil e no mundo, em especial, para as crianças, através do personagem Senninha e toda sua turma. Em 2021, em plena pandemia da COVID-19, a empresa Estrela lançou o Autorama Ayrton Senna nos trinta anos do tricampeonato mundial de 1991.

Para os fãs de Ayrton Senna, cada pole position, cada corrida, cada ultrapassagem, cada volta mais rápida e cada pódio permanecem vivos na memória. Esse amor pelo piloto brasileiro transcende o tempo, consolidando-o como uma lenda que, mesmo três décadas após sua partida, ainda é celebrado como o "Ayrton Senna do Brasil".

O obstinado e arrojado Ayrton Senna começou aos 24 anos sua carreira na F1, no GP do Brasil de 1984, no circuito de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, pela Toleman. Senna participou de 161 corridas, obteve 80 pódios, 41 vitórias, 65 pole positions e 614 pontos marcados, números que consolidam seu nome entre os grandes do automobilismo mundial. Sua primeira vitória na F1 foi no GP de Portugal, de 1985, com muita chuva e pela Lotus, e sua última vitória foi no GP da Austrália, de 1993, com muito sol e pela McLaren.

Ayrton Senna chorou com a morte do piloto austríaco Roland Ratzenberger, aos 33 anos, no treino de classificação para o GP de San Marino, em 30 de abril de 1994, ao bater a mais de 314 km/h na curva Villeneuve, em homenagem póstuma ao inesquecível piloto canadense Gilles Villeneuve, que foi vice-campeão mundial de F1 em 1979 pela Ferrari e morreu aos 32 anos no trágico acidente durante uma sessão de qualificação para o GP da Bélgica, em 8 de maio de 1982.

No Dia Internacional do Trabalhador de 1994, o Brasil chorou com a morte de Ayrton Senna da Silva, aos 34 anos de idade. Há 30 anos, eu estava em nossa casa no bairro de Manaíra, em João Pessoa, assistindo pela TV Globo, ao ver a batida fortíssima do carro de Senna, depois o Willians parado na caixa de brita e bem perto da pista, em seguida, seu capacete imóvel no cockipt. Imediatamente, aos 23 anos, eu me levantei e sair correndo em busca de Núbia e de Priscilla com menos de 1 ano de idade, e chorando: “Núbia, Senna morreu! Ah! My Love, Ayrton Senna morreu”, e depois abracei forte Núbia e Priscilla.

Atrás de Senna, antes da batida fortíssima na Tamburello, estava o carro da Benetton, do piloto alemão Michael Schumacher, que ganharia aquela trágica corrida, e o seu primeiro campeonato mundial no ano de 1994 e o bicampeonato em 1995. Schumacher iria depois para a Ferrari em 1996 para conquistar mais cinco títulos mundiais de 2000, 2001, 2002, 2003 e 2004.

Senna bateu muito forte na Tamburello porque ocorreu um sério defeito da barra de direção da sua Willians e morreu nesse trágico acidente. A curva Tamburello era perigosíssima, o piloto brasileiro Nelson Piquet sofreu um grave acidente nos treinamentos de 1987 pela Williams e o piloto austríaco Gerhard Berger no início da corrida em 1989 pela Ferrari quase morre com o carro em chamas. No inesquecível GP de San Marino de 1989, Ayrton Senna na McLaren fez a pole position e venceu a corrida, com o piloto francês Alain Prost, em segundo lugar na McLaren e o piloto italiano Alessandro Nanini, em terceiro lugar, na Benetton.

Senna é uma lenda dentro e fora das pistas de F1

Trinta anos após sua morte, o obcecado e religioso Ayrton Senna e seu capacete continuam símbolos de determinação, coragem e brasilidade. Mais que um grande piloto de F1, Senna é uma lenda, cujo legado ultrapassa as pistas, inspirando gerações por meio de projetos sociais, como o Instituto Ayrton Senna, em São Paulo.

As novas gerações que descobrem a vida de Senna percebem a obstinação de alguém que jamais se conformou com o segundo lugar. Senna é muito admirado pelos seus feitos, pelo seu talento, pela sua velocidade e desempenho dentro e fora das pistas de F1. Ele nos ensinou a lutar até o fim com suas luvas e a acreditar que, mesmo diante dos maiores desafios, devemos sempre lutar com todas as nossas forças pela vitória.

No GP do Brasil de 2024, em Interlagos, sua memória foi honrada com belíssimas homenagens, comprovando que seu impacto no esporte brasileiro é realmente eterno. O DJ Alok orquestrou um show de dezenas de drones no céu de São Paulo, formando o rosto de Ayrton Senna, a bandeira do Brasil, o capacete de Senna e o nome de Ayrton Senna. Posteriormente, o piloto inglês e pentacampeão de F1 (2008, 2014, 2015, 2017, 2018, 2019 e 2020), Lewis Hamilton, deu três voltas na chuva, com a McLaren, e um tributo emocionante, com final a bandeira do Brasil na pista molhada e arquibancada lotada gritava: SENNA! SENNA! SENNA!

O Quadro de Senna

Hoje é domingo, 10 de novembro de 2024, lindo e ensolarado dia em João Pessoa. Recordo com emoção das manhãs de domingo assistindo às corridas do piloto paulista Ayrton Senna na TV Globo, e patrocinado pelo banco mineiro, o Banco Nacional. O boné azul do Banco Nacional (adquirido pelo UNIBANCO em 1995) é um souvenir muito usado pelos fãs de Senna no Brasil, no Japão e no mundo.

Agora, toda terça-feira, a partir das 19h, na sede da Rádio Alta Potência, no bairro da Torre, em João Pessoa, eu vejo o quadro de Ayrton Senna, em sua primeira vitória do GP do Brasil de 1991, de macacão vermelho, segurando um troféu com a mão direita e usando um boné azul da Goodyear, no inesquecível domingo.

Em 28 de novembro de 2024, completaremos um ano de Programa Economia em Alta. Já são 51 episódios, mais de 6.460 visualizações, mais de 740 curtidas no YouTube e uma Moção de Aplausos do Conselho Regional de Economia da Paraíba (CORECON-PB). Tudo isso com o valioso patrocínio da empresa paulista BlueBI Solution e o apoio do CORECON-PB e do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba.

Agradeço demais a economista paulista Katherine Buso e à estimada equipe da Rádio Alta Potência, Sérgio Luís, CEO da Rádio Alta Potência, Anderson Rodrigues, Zeca Mendonça, Dry, Warley e Kristhian. Como Senna, eu também acredito, na superação diária dos problemas (que foram tantos dentro e fora da rádio online e o desejo de parar por causa da falta de patrocinadores e dos sérios problemas de saúde da minha mãe) e no progresso a cada programa, numa rádio web da capital paraibana, que transmite o único programa de rádio digital de Economia na terra de Celso Furtado e de Maílson da Nóbrega.

Meus sinceros agradecimentos aos 52 entrevistados, sendo 42 homens e 10 mulheres, que trabalham arduamente por um Brasil melhor. Agradeço também a parceria com Rádio Agro Hoje, no Mato Grosso, na divulgação da Rádio Alta Potência e do Programa Economia em Alta no estado líder do agronegócio brasileiro. Na terra onde o sol nasce primeiro nas Américas continuamos sonhando com o Brasil ingressando no seleto grupo dos países desenvolvidos, como o Canadá, a Austrália e o Japão.

Considerações Finais

O competitivo Ayrton Senna vive na memória de cada brasileiro que assistiu as suas corridas de F1 pela TV Globo. Jamais esqueceremos as inesquecíveis palavras de Galvão Bueno narrando sua primeira vitória no GP do Brasil, de 1991: "Ayrton, Ayrton, Ayrton Senna do Brasil!", depois a inesquecível "Tema da Vitória" na pista molhada de Interlagos.

Senna gritava de tanta vontade de vencer no Brasil, tanta alegria, tanta emoção, e chorava de tanta dor, pelo esforço de dirigir a McLaren com problemas na marcha, na chuva forte, com a presença do seu pai Milton, mãe Neyde, irmã Viviane, irmão caçula Leonardo, e do irmão do grande bicampeão de F1 (1972 e 1974) e campeão da Fórmula Indy (1989), Emerson Fittipaldi, o ex-piloto de F1, Wilson Fittipaldi Júnior, o piloto do safety car que transportou Senna exausto da reta oposta até o pódio de Interlagos. E no dia 24 de março de 1991 ouvimos com lágrimas nos olhos o hino nacional brasileiro, sim, com certeza: “Verás que um filho teu não foge à luta!”. Três dias antes foi o aniversário de Ayrton Senna da Silva, ao completar 31 anos de idade. Ele nasceu em 21 de março de 1960 em São Paulo.

Finalizando, Ayrton Senna é uma lenda! Ayrton Senna, simply the best, a cada bandeira quadriculada, a cada champagne aberto no pódio! O seu capacete amarelo com uma faixa verde e uma faixa azul será eterno!

Saudades, Senna!

(1) Fã de Ayrton Senna, economista brasileiro, apresentador do Programa Economia em Alta, escritor paraibano, palestrante, conselheiro efetivo do CORECON-PB, diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba, eleito Professor Destaque nos semestres 2016.1, 2017.1, 2017.2, 2018.2 e 2021.2 no UNIESP, eleito Economista do Ano de 2019 e Professor de Economia do Ano de 2023 pelo CORECON-PB e autor de 340 artigos de Economia e de 18 e-books de Economia, como “A Importância do Canadá no G7 e G20”: https://paulogalvaojunior.com.br/canada/ e “Investimentos no Agronegócio: Como investir em ativos financeiros no agro brasileiro?”: https://clubedeautores.com.br/livro/investimentos-no-agronegocio
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