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05/12/2024 às 14h22min - Atualizada em 05/12/2024 às 14h10min

O Canadá voltou a ocupar o posto de nona maior economia do mundo

Por Paulo Galvão Júnior (1)

Paulo Galvão Júnior

Paulo Galvão Júnior

Economista paraibano, autor de 18 e-Books de Economia, conselheiro do CORECON-PB e diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da PB.

Fonte: Maurício Verçosa.
Considerações Iniciais
 
Estimado(a) leitor(a) do Portal North News, em Toronto, agradeço imensamente pelas mais de 29 mil visualizações em 133 artigos desde 8 de julho de 2022, quando publiquei o primeiro artigo intitulado “O Canadá é o melhor IDH na América”. Minha meta atual é alcançar 30 mil visualizações até 31 de dezembro de 2024, e conto com seu apoio na leitura deste artigo e na divulgação digital para familiares, amigos e vizinhos nas dez províncias, três territórios canadenses e nos nove países membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
 
O tema em questão é relevante e atual: O Canadá voltou a ocupar o posto de nona maior economia do mundo. O inverno chegou no segundo maior país em extensão territorial, atrás apenas da Rússia. Esse país bilíngue, com o maior número de lagos do planeta, destaca-se como uma potência econômica global e um modelo mundial de desenvolvimento sustentável e qualidade de vida. Além disso, o Canadá possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito alto e é o quarto melhor país do mundo, segundo o ranking da US NEWS para 2024.
 
No meu primeiro artigo, destaquei que o Canadá ocupava a 9ª maior economia global: “O Canadá é a nona maior economia do mundo e é o segundo país mais rico da América do Norte e da América, com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal de US$ 1,9 trilhão no ano de 2021 (AUSTIN RATING, 2022). E as treze maiores economias do planeta na atualidade são os Estados Unidos (PIB de US$ 22,880 trilhões em 2021), China (PIB de US$ 17,525 trilhões), Japão (PIB de US$ 4,962 trilhões), Alemanha (PIB de US$ 4,183 trilhões), Reino Unido (PIB de US$ 3,068 trilhões), Índia (PIB de US$ 2,924 trilhões), França (PIB de US$ 2,881 trilhões), Itália (PIB de US$ 2,112 trilhões), Canadá (PIB de US$ 1,992 trilhão), Coreia do Sul (PIB de US$ 1,802 trilhão), Rússia (PIB de US$ 1,650 trilhão), Austrália (PIB de US$ 1,614 trilhão) e Brasil (PIB de US$ 1,608 trilhão), segundo a agência de classificação de risco brasileira Austin Rating”.
 
Atualizando este panorama econômico global, recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou os dados sobre o PIB nominal de 50 países no terceiro trimestre de 2024, reafirmando a força da economia canadense e as transformações no cenário repleto de incertezas, devido a Guerra na Ucrânia, a Guerra em Israel, as mudanças climáticas e os novos rumos dos Estados Unidos da América (EUA), o país mais rico do mundo, e o maior parceiro comercial do Canadá.
 
As 13 Maiores Economias do Mundo na Atualidade
 
A seguir, analiso os resultados do FMI, das 13 maiores economias do mundo na atualidade, em termos de PIB nominal, em dólares americanos. Em seguida, os desafios do Brasil e do Canadá, e as suas estratégias para os próximos anos, além de mudanças significativas no cenário econômico global:
 
RANKING PAÍS PIB NOMINAL
(em US$ trilhões)
1° ESTADOS UNIDOS 29,16
2° CHINA 18,27
3° ALEMANHA 4,70
4° JAPÃO 4,07
5° ÍNDIA 3,88
6° REINO UNIDO 3,58
7° FRANÇA 3,17
8° ITÁLIA 2,37
9° CANADÁ 2,21
10° BRASIL 2,19
11° RÚSSIA 2,18
12° COREIA DO SUL 1,86
13° MÉXICO 1,84
Quadro 1. As 13 Maiores Economias do Mundo na Atualidade.
Fonte: FMI (2024).
 
 
Uma Breve Análise dos Resultados do FMI
 
O Canadá voltou ao 9º lugar no ranking mundial, ultrapassando o Brasil, que agora ocupa a 10ª posição, com PIBs de US$ 2,21 trilhões e US$ 2,19 trilhões, respectivamente, segundo o FMI.
 
A Índia ascendeu ao 5º lugar, ultrapassou o Reino Unido e aproximando-se do Japão. O PIB indiano é de US$ 3,88 trilhões e reflete o crescimento econômico acelerado da nação asiática, que é também o país mais populoso do mundo, enquanto, o Japão caiu para o 4º lugar, com PIB de US$ 4,07 trilhões, superado pela Alemanha, com um PIB de US$ 4,70 trilhões.
 
Outra mudança significativa é a entrada do México no ranking das 13 nações mais ricas do planeta, em 13º lugar (US$ 1,84 trilhões), que evidencia sua relevância crescente no United States-Mexico-Canada Agreement (USMCA), enquanto, a Austrália, agora 14ª economia mundial, foi excluída do Top 13, com um PIB de US$ 1,80 trilhão.
 
Desafios e Estratégias do Emergente Brasil
 
O Brasil, com 211 milhões de habitantes, enfrenta sérias dificuldades decorrentes de uma moeda desvalorizada e de desafios estruturais, como a desigualdade na distribuição de riqueza e o descaso com seus seis biomas e recursos naturais. Além disso, há a ameaça de perder a 10ª posição global para a Rússia, com PIB de US$ 2,18 trilhões.
 
No Brasil, infelizmente, ainda temos mais de 90 tributos (impostos, taxas e contribuições), 59,0 milhões de brasileiros vivendo na pobreza e 9,5 milhões de pessoas sobrevivendo na extrema pobreza, conforme os dados de 2023 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 16,4 milhões de pessoas vivendo em favelas nas cinco regiões do País. Nunca foi tão alto o contingente de pessoas morando nas ruas do Brasil.
 
É assustador a violência contra as mulheres. É inacreditável, pela primeira vez, pessoas que não costumam ler livros, são mais da metade dos brasileiros, na recente pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, na sua sexta edição. Lamentavelmente, elas não compraram o meu novo e-book sobre “A Importância do Canadá no G7 e G20” (foto), no preço de R$ 35,70, pela plataforma Doppus.
 
Com a moeda brasileira, o real, muito desvalorizada em relação ao dólar americano, ontem, o dólar comercial foi cotado a R$ 6,04, o Brasil perdeu a posição para o Canadá no terceiro trimestre de 2024, e está ameaçado perde também a posição de 10ª maior economia do planeta, com o PIB nominal de US$ 2,19 trilhões para a Rússia, com um PIB de US$ 2,18 trilhões. É preciso ressaltar que o real é a moeda que mais desvalorizou no mundo, -20,64% no ano de 2024, a frente do peso argentino e do peso mexicano, com -19,65% e -16,84, respectivamente, conforme a BlockTrends.
 
No Brasil, felizmente, temos a menor taxa de desemprego do trimestre terminado em outubro da história da economia brasileira desde 2012, com 6,2%. O Brasil é segundo país com maior fluxo de investimento estrangeiro direto (IED), atrás apenas dos EUA, e a frente, do Canadá. A produção agrícola brasileira cresceu de R$ 154 bilhões em 2010 para R$ 815 bilhões em 2023. O Brasil é o maior exportador mundial de açúcar, café, soja, suco de laranja concentrado e congelado, milho, algodão, celulose, fumo, carne bovina e carne de frango.
 
Lamentavelmente, o Brasil não acelerou sua economia durante as comemorações alusivas, aos 30 anos do falecimento de Ayrton Senna da Silva (1960-1994), considerado o maior piloto brasileiro de Fórmula 1 (F1) de todos os tempos e tricampeão mundial de F1. Da mesma forma, o país não promoveu uma distribuição equitativa das riquezas produzidas no território nacional, a quinto maior nação em extensão territorial, durante as homenagens póstumas aos 20 anos da morte de Celso Monteiro Furtado (1920-2004), reconhecido mundialmente como o maior economista brasileiro de todos os tempos.
 
Além disso, o Brasil não demonstrou um compromisso efetivo com a proteção e preservação de seus seis biomas — Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Amazônia, Pantanal e Pampa — nas celebrações dos 30 anos do falecimento de Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994), o célebre Tom Jobim. Renomado mundialmente pela icônica canção "Garota de Ipanema", composta em parceria com o poeta carioca Vinicius de Moraes, Tom Jobim foi um grande defensor da Mata Atlântica e um “Maestro Soberano” que, em suas lindas músicas, destacou a beleza da fauna e da flora brasileira, além das belezas naturais do Rio de Janeiro.
 
Para consolidar sua posição mundial no Top 10, o Brasil, em minha opinião, precisa adotar políticas econômicas robustas, como, implementar reformas econômicas estruturais. Investir na modernização da infraestrutura logística e incentivar a diversificação produtiva, priorizando tecnologias verdes e de baixo impacto ambiental.
 
Promover a valorização monetária, ao desenvolver estratégias para estabilizar o real frente ao dólar americano, fortalecendo a competitividade externa. Priorizar a sustentabilidade e conservação ambiental, para preservar os seis biomas brasileiros como ativos estratégicos e turísticos para o futuro, na promoção do desenvolvimento sustentável. Além disso, investir em educação de qualidade e redução das desigualdades regionais e sociais, para promover um crescimento mais robusto, equitativo e sustentável.
 
Desafios e Estratégias do Desenvolvido Canadá
 
O Canadá, com 41,1 milhões de habitantes, por sua vez, deve aproveitar seu retorno ao Top 9 como uma oportunidade para reafirmar sua liderança em áreas estratégicas, como a transição energética e o fortalecimento de laços comerciais, especialmente, com países membros do Grupo dos Sete (G7) e com países integrantes do BRICS Plus.
 
O Canadá será a sede da próxima Cúpula do G7, na deslumbrante cidade de Kananaskis, na província de Alberta, que dá exemplo de administração pública como a província canadense com menos tributos, com menores alíquotas aos seus moradores e as suas empresas. O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) no Canadá é de 5%. O Canadá é rico em petróleo, gás natural, minério de ferro, urânio, ouro, prata, níquel, amianto e zinco.

O Canadá é um dos países mais industrializados do planeta, sempre produzindo aviões, carros, caminhões, tratores, motos, bicicletas, navios, barcos, máquinas, equipamentos, aparelhos, produtos eletrônicos, papel, produtos químicos, calçados, aço e roupas, entre outros bens industrializados.
 
Nessa 51ª Cúpula do G7 contará com a presença do primeiro-ministro canadense e anfritião, Justin Trudeau, para receber os líderes do G7, como o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro japonês Fumio Kishida, o primeiro-ministro inglês Keir Starmer, o presidente francês Emmanuel Macron, e a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, além da presidente da Comissão da União Europeia (UE), a alemã Ursula von der Leyen e do presidente do Conselho da UE, o português Antonio Costa.
 
O PIB total do G7 registrou recentemente US$ 49,26 trilhões no terceiro trimestre de 2024. Já o PIB do BRICS Plus, formado por nove países emergentes, como China (US$ 18,27 trilhões), Índia (US$ 3,88 trilhões), Brasil (US$ 2,19 trilhões), Rússia (US$ 2,18 trilhões), Emirados Árabes Unidos (US$ 545,0 bilhões), Irã (US$ 434,2 bilhões), África do Sul (US$ 403,0 bilhões), Egito (US$ 380,0 bilhões) e Etiópia (US$ 90,9 bilhões), alcançou o PIB total de US$ 27,98 trilhões.
 
Considerações Finais
 
Finalizando, conto com você, estimado(a) leitor(a) do Portal North News, de Ontário e das demais províncias canadenses, como também, da CPLP, para divulgar este artigo e fortalecer a importância de temas tão essenciais para o debate global sobre o desenvolvimento sustentável das nações emergentes como o Brasil e das nações desenvolvidas como o Canadá.
 
Sim, é possível promover crescimento econômico com qualidade de vida, com equidade social e com preservação ambiental, porque o ouro do século XXI é o conhecimento.
 
(1) Paulo Galvão Júnior é economista brasileiro, colunista do Portal North News e autor de 18 e-books de Economia, incluindo o novo e-book A Importância do Canadá no G7 e G20”. Saiba mais pelo link: https://paulogalvaojunior.com.br/canada/
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