A China, líder econômica do BRICS, ocupa a posição de maior economia global em termos de PIB PPC, com um PIB de $ 33,1 trilhões PPC, em outubro de 2024, conforme o FMI. Junto à Índia ($ 16,0 trilhões PPC), Rússia ($ 6,9 trilhões PPC), Brasil ($ 4,7 trilhões PPC) e Indonésia ($ 4,7 trilhões PPC), o PIB do BRICS apresenta um somatório de $ 65,4 trilhões PPC. Esse resultado consolida o grupo como uma força econômica relevante e reflete a capacidade crescente dos países emergentes em moldar o cenário global.
Com a adesão de novos membros, como a Indonésia, o BRICS amplia sua diversidade geopolítica e influência mundial. A inclusão de novas economias emergentes em 2024, como o Egito, o Irã, os Emirados Árabes Unidos (EAU) e a Etiópia, reforçam o esforço do grupo para reduzir as disparidades globais e avançar com soluções coletivas, apesar dos desafios inerentes à integração entre economias com níveis de desenvolvimento tão distintos.
Além disso, países como a Arábia Saudita, que embora oficialmente não seja membro do BRICS, ele possui laços estreitos com o grupo e demonstra crescente interesse em fortalecer suas relações econômicas e estratégicas dentro deste grupo multilateral. Já outros países parceiros estão considerando seu ingresso no grupo, o que pode levar a uma redefinição de prioridades econômicas. Entre os países parceiros do BRICS encontram-se nações em desenvolvimento, como Malásia, Tailândia, Uzbequistão, Cazaquistão, Vietnã, Bolívia, Cuba, Belarus, Uganda, Turquia, Nigéria e Argélia.
Por outro lado, o G7, formado por Estados Unidos da América (PIB de $ 29,2 trilhões PPC), Japão ($ 6,6 trilhões PPC), Alemanha ($ 6,0 trilhões PPC), França ($ 4,4 trilhões PPC) e Reino Unido ($ 4,3 trilhões PPC), soma um PIB de $ 50,5 trilhões PPC, em outubro de 2024, de acordo com o FMI. A Itália e o Canadá foram substituídos no Top 10 PIB ajustado pelo PPC do planeta por Rússia e Indonésia, todavia, o G7, desde 1975, mantém uma influência global nos setores de tecnologia e finanças, sendo líder em áreas como inteligência artificial (IA), energias renováveis e inovação digital, que são temas centrais no contexto da Indústria 4.0.
As próximas cúpulas de ambos os grupos econômicos refletem suas prioridades estratégicas. Com a presidência rotativa do Canadá, o G7 realizará sua próxima cúpula em junho de 2025, em Kananaskis, na província de Alberta, enfatizando temas como o combate às mudanças climáticas, a gestão de tecnologias em rápida expansão e a governança global.
Já o BRICS, sob a presidência rotativa do Brasil, terá sua próxima cúpula em julho de 2025 no Rio de Janeiro, com foco no fortalecimento da cooperação Sul-Sul e no avanço de uma agenda multilateral inclusiva e sustentável, que vise integrar mais economias emergentes no processo de tomada de decisões globais para promover o desenvolvimento sustentável do Sul Global.
Considerações Finais Finalmente, a comparação entre BRICS e G7 evidencia diferentes abordagens para enfrentar os desafios globais. Enquanto o G7 prioriza a estabilidade nas economias desenvolvidas, o BRICS busca reduzir as disparidades globais, promovendo o crescimento das economias emergentes e priorizando questões como a infraestrutura logística e o financiamento sustentável.
O G7 já assumiu fortes compromissos sobre a transição energética, incluindo a eliminação gradual de combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão mineral, e o aumento da capacidade global de energias renováveis (energia solar, energia eólica, energia da biomassa e energia das ondas do mar) fosse triplicada a cada ano.
Com o fortalecimento do BRICS, o Brasil desempenha um papel estratégico, especialmente como anfitrião da próxima cúpula do grupo no Rio de Janeiro. Este momento oferece uma oportunidade única para reafirmar a relevância do Sul Global e estabelecer novos marcos de cooperação mundial, ao mesmo tempo em que promove uma agenda que equilibre as necessidades de crescimento econômico com a sustentabilidade ambiental.
Em suma, o futuro das relações internacionais dependerá do diálogo entre esses dois grupos econômicos, que juntos têm 13 dos 19 países integrantes do Grupo dos Vinte (G20), com exceções de Argentina, Austrália, Arábia Saudita, Coreia do Sul, México e Turquia. Tudo mudará com a posse do presidente americano Donald Trump em Washington, D.C., em 20 de janeiro de 2025, além da renúncia do primeiro-ministro canadense Justin Trudeau, em 6 de janeiro de 2025, no poder no Parlamento em Ottawa, na província de Ontário, desde 2015.
Enfim, subitamente, os grupos BRICS e G7 necessitam ter a capacidade de criar soluções conjuntas para questões como desigualdade econômica, mudanças climáticas, Guerra na Ucrânia e Guerra em Israel. A integração de economias emergentes e economias avançadas no centro das decisões mundiais pode representar um passo crucial para um mundo mais próspero, mais justo, mais sustentável, e, sobretudo, mais pacífico.
Na verdade, a paz é fundamental, a paz deve estar presente em cada passo, decisão e ação ao longo da vida. Eu venho tentando há muito tempo, de novo, escrever no site russo Pravda.Ru, na versão em língua portuguesa, sobre a expansão do BRICS na economia mundial. Finalizo este artigo concordando com o valioso pensamento do líder indiano Mahatma Gandhi (1869-1948): “Não existe um caminho para a paz. A paz é o caminho”.
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1) Paulo Galvão Júnior é economista brasileiro, colunista do Portal North News e autor de 18 e-books de Economia, incluindo o e-book “A Importância do Canadá no G7 e G20”. Saiba mais onde comprar o e-book na plataforma Doppus pelo link: https://paulogalvaojunior.com.br/canada/