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14/01/2025 às 21h19min - Atualizada em 14/01/2025 às 21h13min

45 Anos do CORECON-PB e Homenagem aos 110 Anos de Aniversário de Paul Samuelson

Paulo Francisco Monteiro Galvão Júnior (1)

Paulo Galvão Júnior

Paulo Galvão Júnior

Economista paraibano, autor de 18 e-Books de Economia, conselheiro do CORECON-PB e diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da PB.

Fonte: Portal North News.
Considerações Iniciais
 
Em 2025, o Conselho Regional de Economia da 21ª Região Paraíba (CORECON-PB) celebra 45 anos de sua fundação, um marco na História da economia do estado da Paraíba e na valorização da profissão de economista na terra de Celso Furtado (1920-2004), o maior economista brasileiro de todos os tempos.
 
Desde sua criação em 26 de setembro de 1980, o CORECON-PB tem sido um pilar no fortalecimento da economia paraibana, não apenas na regulamentação do exercício profissional, mas também na contribuição para o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao crescimento econômico e ao bem-estar social da população paraibana.
 
Ao longo desses 45 anos, o CORECON-PB se consolidou como uma autarquia federal, servindo a sociedade paraibana, promovendo a ética profissional e capacitando os economistas. Por meio de seminários, cursos, palestras, eventos e outras iniciativas, como o Prêmio Paraíba de Economia Professor Celso Furtado, o Conselho contribui para o enfrentamento dos desafios econômicos estaduais, regionais e nacionais. A celebração desse aniversário oferece uma oportunidade ímpar para reafirmar o compromisso do CORECON-PB com a evolução econômica, social e ambiental da Paraíba.
 
Em paralelo a essa importante comemoração na terra onde o sol nasce primeiro nas Américas, o ano de 2025 marca também o 110º aniversário de Paul Anthony Samuelson (1915-2009). O economista Paul Samuelson, com sua gravata borboleta, de várias cores, seus óculos de grau, e, sobretudo, seus pensamentos econômicos modernos, foi um dos economistas mais influentes do século 20 e o primeiro economista norte-americano a ser laureado com o Prêmio Sveriges Riksbank em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel de 1970, em Estocolmo, capital da Suécia.
 
É preciso revelar que dos 96 vencedores do Prêmio Nobel de Economia desde 1969, 54 nasceram nos Estados Unidos da América (EUA), outros 20 laureados também tinha cidadania americana, apesar de não terem nascido nos EUA. Logo, foram 74 cidadãos americanos que receberam o Prêmio Nobel de Economia, sendo três mulheres, Elinor Ostrom (2009), Esther Duflo (2019) e Claudia Goldin (2023).
 
O Papel do CORECON-PB
 
Durante sua trajetória, o CORECON-PB se destacou como uma instituição comprometida com a valorização da profissão de economista e com o progresso social e econômico da Paraíba. O Conselho desempenha um papel vital na orientação e fiscalização do exercício profissional, assegurando que a ética e o compromisso com o desenvolvimento do estado permeiem as práticas dos economistas.
 
O CORECON-PB vem contribuindo na formulação de políticas públicas e no fortalecimento das instituições privadas voltadas à melhoria das condições econômicas da Paraíba, como o Farol do Desenvolvimento da Paraíba, cujo presidente é o economista paraibano Francisco Nunes. Além de articulador para a fundação do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba, cujo presidente é o economista fluminense Celso Pinto Mangueira.
 
Com eventos e iniciativas educacionais, o CORECON-PB também cumpre uma função formativa, promovendo a atualização constante dos profissionais e incentivando a pesquisa e o debate sobre temas atuais da economia. Neste ano de celebração dos 45 anos, o Conselho reafirma seu compromisso com a construção de um futuro mais próspero, justo e sustentável para a sociedade paraibana.
 
Recentemente, a economista Angélica Costa, registrada no CORECON-PB, foi eleita a Mulher Transformadora pelo Conselho Federal de Economia (COFECON) no ano de 2024, sendo a primeira paraibana a receber o Prêmio Nacional Mulher Transformadora, exercendo o cargo de presidente de instituições inclusivas como a Associação Recreativa e Cultural (ARC) e o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de João Pessoa (CMDI-JP).
 
O CORECON-PB foi criado pela Deliberação n° 276 do COFECON e autorizado a sua instalação em João Pessoa, pelo então presidente do COFECON, o economista Iberê Gilson, em 26 de setembro de 1980, após desmembramento do CORECON-PE, com sede em Recife. O primeiro presidente do CORECON-PB foi o economista Geraldo Pedrosa dos Santos e a primeira mulher presidente do Conselho foi a economista e professora paraibana Zélia Almeida, autora dos livros Ecologia de Sonhos (2005), Cenários Turísticos - Potencial e Crise (2007), Bem-Estar e Riqueza no Brejo de Areia (2010) e A Dor da Pobreza - Uma Dor de Mundo (2019).
 
Hoje, o CORECON-PB está localizado na Avenida Presidente Epitácio Pessoa, 2491, sala 04, 1º andar, no Bairro dos Estados, na cidade de João Pessoa, no estado da Paraíba, no Brasil. Mas a tão almejada sede própria, será uma breve realidade nos próximos anos, pois está sendo conduzido um processo de obtenção de terreno próprio na capital paraibana, em conjunto com outras instituições públicas e com apoio da classe política paraibana.
 
O CORECON-PB já começa o ano de 2025 planejando o Plano de Trabalho, com 26 propostas iniciais, entre elas, destacam-se: criar o curso de Ciências Econômicas no Instituto Federal da Paraíba (IFPB); melhorar a posição no ranking regional e nacional do CORECON-PB na 10ª edição do Desafio Quero Ser Economista; comemorar o Dia do Economista (13 de agosto); promover eventos sobre a Educação Financeira (são 73,1 milhões de pessoas inadimplentes e 7,0 milhões de pessoas jurídicas inadimplentes no Brasil, conforme a Serasa Experian); realizar o XIV Prêmio Paraíba de Economia Professor Celso Furtado; outorgar a Medalha Celso Furtado; e editar o Livro “45 Anos do CORECON-PB”.
 
O Legado de Paul Samuelson
 
O economista americano Paul Anthony Samuelson nasceu em Gary, Indiana, no dia 15 de maio de 1915. Filho de um casal de imigrantes judeus da Polônia, Frank Samuelson, um farmacêutico, e Ella Samuelson. Graduou-se em Economia em 1935 na Universidade de Chicago, em plena Grande Depressão nos EUA. Fez mestrado em 1936 e, posteriormente, doutorado em Economia em 1941 na Universidade de Harvard, em plena Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Paul Samuelson foi laureado com o Prêmio Nobel de Economia de 1970, “Pelo trabalho científico através do qual desenvolveu uma teoria para a economia estática e dinâmica, contribuindo a elevar o nível da análise na ciência econômica".
 
O impacto de Paul Samuelson na teoria econômica é inquestionável. Sua obra “Economics: An Introductory Analysis” (1948) transformou a forma como a Economia passou a ser ensinada e compreendida, tornando conceitos complexos acessíveis a milhares de estudantes nos EUA, no Canadá e no mundo. Sua contribuição para a análise de mercados, crescimento econômico e políticas econômicas continuam a influenciar economistas.
 
O livro “Economics revolucionou o ensino da Economia nos EUA ao tornar acessíveis conceitos complexos, como utilidade marginal e equilíbrio geral. Esses fundamentos permanecem como pilares essenciais no estudo da disciplina, destacando a relevância duradoura do trabalho de Samuelson no campo da Ciência Econômica moderna.
 
Em sala de aula aprendemos que a Economia não é uma Ciência Exata. É uma Ciência Social, uma Ciência Humana, onde os recursos são limitados e as necessidades ilimitadas. É preciso entender que o comportamento dos agentes econômicos, como as famílias, as empresas, o governo e o resto do mundo, são fundamentais para promover a prosperidade econômica de um país. É importante entender também o Modelo IS-LM-BP numa economia aberta, chamado também Modelo Mundell-Fleming.
 
Sua contribuição também inclui a introdução de modelos matemáticos na análise econômica e a formulação de teorias sobre o comércio internacional e o mercado de bens e serviços, elementos que continuam sendo referência na formação de economistas. Em 2025, a comemoração dos 110 anos de Paul Samuelson serve como uma oportunidade ímpar para refletir sobre os avanços econômicos, bem como os desafios que ainda permanecem, tanto global quanto localmente.
 
Para Paul Samuelson, "A economia é a ciência que estuda como a sociedade utiliza recursos escassos para produzir bens valiosos e distribuí-los entre diferentes pessoas". O livro “Economics” foi o livro em cursos introdutórios de Economia mais vendido dos EUA por quase 30 anos, mais de quatro milhões de cópias desde o lançamento em 1948. Traduzido para 40 idiomas, inclusive o português, “Economia”, no qual estava vendendo 50 mil cópias por ano meio século depois de seu primeiro lançamento, uma referência em Cursos de Graduação em Economia nos EUA, no Canadá, no Brasil e no mundo.
 
Entre os seus alunos mais proeminentes estão os economistas americanos Robert Cox Merton, Paul Krugman e Ben Bernanke, laureados com o Prêmio Nobel de Economia de 1997, 2008 e 2022, respectivamente. Paul Samuelson casou com Marion Crawford em 1938 e teve seis filhos. A sua primeira esposa, a economista americana Marion Crawford Samuelson, faleceu em 1978. Samuelson casou-se novamente em 1981 com Risha Samuelson.
 
A obra-prima de Paul Samuelson é Foundations of Economic Analysis (em português, Fundamentos da Análise Econômica), de 1947, baseado em sua dissertação de doutorado em Economia na Harvard University, além da forte influência dos seus renomados professores Joseph Schumpeter (1883-1950), Wassily Leontief (1905-1999) e Alvin Hansen (1887-1975) do Departamento de Economia da Harvard University. Desde 1947 até a sua aposentadoria foi professor de Economia na Massachusetts Institute of Technology (MIT), com forte influência da Revolução Keynesiana, quando o economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) publicou a sua obra-prima intitulada A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, de 1936.
 
É preciso destacar que o economista canadense Robert Mundell (1932-2021) obteve seu PhD em Economia no MIT em 1956. O vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 1999 e famoso pelo Modelo Mundell-Fleming, ele também teve aulas com o renomado professor Paul Samuelson em MIT, laureado com o Prêmio Nobel de Economia de 1970 e defensor que o Estado intervenha na economia em determinados momentos para sair de crises econômicas.
 
É importante ler Fundamentos da Análise Econômica, de Paul Samuelson, vencedor da primeira Medalha John Bates Clark em 1947 e do segundo Prêmio Nobel de Economia em 1970, pois o ouro do século XXI é o conhecimento. “Pelo menos desde o tempo dos fisiocratas e de Adam Smith nunca faltou ao corpo principal das obras econômicas a sensação de que em algum sentido a concorrência perfeita representava uma situação ótima” (SAMUELSON, 1997, p. 229). Na verdade, a lei da oferta e da demanda só opera de forma totalmente eficiente em um mercado de concorrência perfeita. Suponhamos, quando a demanda de bens de consumo aumenta ou a oferta diminui, os preços tendem a subir. Enquanto, quando a demanda de bens de consumo diminui ou a oferta aumenta, os preços tendem a cair.
 
Para os professores Paul Anthony Samuelson (P.A.S.) e Joseph Schumpeter, o maior economista de todos os tempos foi o professor, matemático e economista francês León Walras (1834-1910), criador da Teoria do Equilíbrio Geral e autor da obra Elements d'économie politique pure (em português, Elementos de Economia Política Pura), de 1874. Walras influenciou Samuelson no uso da linguagem matemática para explicar os conhecimentos científicos das teorias econômicas, como a Teoria do Consumo e os Ciclos Econômicos (recessão, depressão, recuperação e prosperidade).
 
Segundo Samuelson (1997, p. 145), “Walras mostrou há muitos anos, é possível modificar a análise da utilidade para que leve em conta as propriedades peculiares da moeda. Este último autor, que acima de todos os outros desenvolveu a noção de equilíbrio geral no qual todas as grandezas são determinadas simultaneamente por relações interdependentes eficazes, conseguiu permanecer incólume diante dos temores dos autores literários de que havia algo de um círculo vicioso na suposição da existência de preços e de um “valor da moeda” no decorrer do processo pelo qual aquele valor seria determinado. Hoje, depois das recentes contribuições de Keynes, é particularmente compensador voltar-se atrás e reexaminar o complicado debate da preferência pela liquidez, o encaisse desirée etc. em Walras”.
 
Vale destacar que o fluxo de caixa desejado refere-se ao valor ideal ou projetado de receitas (entradas de caixa) e despesas (saídas de caixa) de dinheiro que uma empresa ou indivíduo planeja alcançar em um determinado período, com o objetivo de garantir a saúde financeira e atender às suas metas financeiras. Ele serve como uma meta para gerenciar os recursos financeiros de forma eficiente e manter reservas de emergência.
 
Lembremos que o renomado professor de pós-graduação em Ciência Econômica da MIT, Paul A. Samuelson faleceu aos 94 anos, em sua casa em Belmont, no condado de Middlesex, em Massachusetts, em 13 de dezembro de 2009, deixando um legado que continua a impactar as atuais e futuras gerações de economistas. Samuelson queria ter a liberdade de escrever sobre o que quisesse e da maneira que quisesse nos EUA, o país mais rico do mundo, na atualidade, com um Produto Interno Bruto (PIB) nominal de US$ 29,17 trilhões em 2024.
 
Paul Samuelson (1997, p. 373), no Capítulo XII denominado Conclusão, enfatizou que: “A economia é um campo de estudo em desenvolvimento, no qual ainda existe muita coisa a fazer. É conveniente, portanto, ao concluir esta obra, indicar alguns dos problemas importantes e sem solução que reclamam novas pesquisas”. Na atualidade, as pesquisas sobre as flutuações do ciclo econômico refletem as mudanças nas condições econômicas globais e locais, sendo influenciadas por uma combinação de fatores macroeconômicos (exemplo, a política monetária contracionista), tecnológicos (exemplo, a adoção de Inteligência Artificial), políticos (exemplo, a instabilidade política), ambientais (exemplo, as mudanças climáticas) e de saúde (exemplo, a pandemia da COVID-19). O ciclo econômico consiste em períodos alternados de expansão (recuperação e prosperidade) e contração (recessão e depressão) nas atividades econômicas de uma nação, região, estado ou cidade.
 
Considerações Finais
 
Finalmente, ao completar 45 anos de serviços a sociedade paraibana, o CORECON-PB reafirma seu compromisso com a valorização dos economistas, a fiscalização da profissão, o crescimento de vários segmentos da economia paraibana e o desenvolvimento de políticas públicas que contribuam para o bem-estar social do estado da Paraíba. O Conselho permanece como peça-chave na promoção de ações dos economistas em direção ao progresso socioeconômico da população paraibana.
 
Simultaneamente, a celebração dos 110 anos de aniversário de Paul Samuelson, frequentemente chamado de “Pai da Economia Moderna”, nos lembra da importância de suas contribuições para a teoria econômica moderna e dos seus relevantes pensamentos econômicos: “De que uma economia é inservível se não opera no sentido de indicar os meios pelos quais, com recursos escassos, se possa promover o máximo de bem-estar possível para a maior parte da população”. Paul Samuelson influenciou os economistas em todo o mundo, inclusive os economistas brasileiros que buscam promover a prosperidade econômica do Brasil, na atualidade, a décima maior economia do planeta, com um PIB nominal de US$ 2,19 trilhões em 2024, e ao mesmo tempo, o país mais desigual entre as dez maiores economias do mundo, 48,4% do PIB está concentrada nas mãos do 1% mais ricos do País.
 
Os 45 anos do CORECON-PB e os 110 anos do nascimento de Paul Samuelson são marcos que nos convidam a refletir sobre o passado, questionar o presente — Como promover o círculo virtuoso da prosperidade na Paraíba em plena Quarta Revolução Industrial? — e projetar um futuro mais próspero, mais justo e mais sustentável. Esse futuro deve ser construído com base no conhecimento, na ética e no compromisso com o desenvolvimento sustentável de uma sociedade paraibana que enfrenta a desigualdade econômica mais elevada entre as capitais brasileiras (o Índice de Gini de João Pessoa é de 0,629 em 2023, segundo o IBGE) e a maior concentração de renda entre as 27 Unidades da Federação do Brasil (o Coeficiente de Gini da Paraíba é de 0,559 em 2023, conforme o IBGE).
 
Concluindo, instituições fortes são fundamentais para promover um crescimento econômico robusto, ao mesmo tempo, para combater a desigualdade econômica. Em 2025, parabéns ao CORECON-PB pelos seus 45 anos! Parabéns a toda equipe de colaboradores e o Plenário do CORECON-PB, liderado pelo presidente Celso Pinto Mangueira! Parabéns aos economistas registrados e as empresas registradas no CORECON-PB na atuação em prol do desenvolvimento econômico, social, humano e sustentável da Paraíba! Enfim, uma visão pragmática do economista é essencial para entender os desafios econômicos, sociais e ambientais enfrentados pela Paraíba e propor soluções eficazes para superá-los no contexto do século XXI.
 
(1) Economista paraibano (CORECON-PB 1392), conselheiro efetivo do CORECON-PB, autor de 18 e-books de Economia e 2 e-books de outros temas (1 de poesia e 1 de ficção), autor e co-autor de mais de 347 artigos de Economia, apresentador do Programa Economia em Alta na rádio Web Alta Potência e diretor secretário do Fórum Celso Furtado para o Desenvolvimento da Paraíba. WhatsApp: 55 (83) 98122-7221.
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