Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (3), o encarregado de negócios da embaixada da Ucrânia, Anatoliy Tkach, afirmou que as tropas russas se mostraram confusas quanto ao objetivo de Moscou com a ação militar no território vizinho, e que “todos eles dizem a mesma coisa, eles não sabem o que estão fazendo na Ucrânia”.
O representante ucraniano no Brasil afirmou que o país consolidou depoimentos dos soldados russos que foram capturados durante a invasão ao país do Leste Europeu.
Segundo Anatoliy, foram encontrados relatórios preocupantes que apontam que os russos deslocaram um sistema de mísseis para cidades fronteiriças, supostamente direcionadas para o seu próprio território com o objetivo de uma acusação falsa contra a Ucrânia.
Durante a entrevista coletiva, o diplomata afirmou que os ocupantes russos estão desmoralizados e se entregando para pedir comida, atribuindo isso ao heroísmo dos defensores, dos militares e também dos civis que estão armados e ajudando a prender os soldados inimigos.
O encarregado de negócios disse que já estão aplicadas novas sanções contra a Rússia, pois, segundo ele, “a Rússia virou tóxica” e os russos se tornaram “sinônimo de barbaridade”.
Nesta frente, ele relembrou a votação da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que ocorreu nesta quarta-feira (2), condenando os atos de agressão da Rússia à Ucrânia.
Tkach comentou ainda que a situação humanitária no país é precária devido aos bombardeios em massa nas cidades e em bairros residenciais. Em tom de agradecimento, ele citou a suspensão dos serviços de manutenção e venda de defesas para a Rússia por parte da Embraer, e também o envio de ajuda pelo governo brasileiro através de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
“É uma boa notícia que o governo do Brasil decidiu mandar no dia 7 de março uma carga de ajuda humanitária de 11 mil toneladas. Agradecemos muito por essa decisão”, comentou.
Além disso, Tkach analisou os dados da ONU, que já somam mais de um milhão de refugiados ucranianos e milhares de deslocados internos dentro do país. Apesar disso, o representante falou que, até agora, “não é grande” o volume de ucranianos que têm interesse em vir para o Brasil.