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13/04/2023 às 09h26min - Atualizada em 13/04/2023 às 09h26min

Forno de Minas agora é canadense: McCain adquire o controle da empresa de Minas Gerais

Fábrica de batatas fritas congeladas do Canada já tinha 49% de participação na mineira; valor do negócio não foi revelado

Júnior Mendonça
com informações Agência O Globo e Infomoney
Forno de Minas via Instagram
 
Conhecida pelas batatas fritas congeladas, a McCain, empresa canadense de alimentação fundada em 1957 em Florenceville, na província de New Brunswick, anunciou acordo para a compra de 51% de participação da empresa brasileira, de Minas Gerais, Forno de Minas, que tem como um dos principais produtos o pão de queijo.

Dessa forma, a empresa do Canadá assume o controle da empresa brasileira.

A McCain já tinha 49% da Forno de Minas, desde 2018, e o negócio marca a saída dos fundadores, pela segunda vez. O valor da compra não foi revelado.


A operação já foi comunicada ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que vai a analisar o negócio. Com a compra, a McCain passa a deter a totalidade da Sérya, também uma fabricante de batata frita congelada. A Forno de Minas tinha um percentual de ações da empresa.

Com o negócio, os canadenses consolidam e expandem sua presença no Brasil, com seu portfólio de batatas congeladas, pizzas e anéis de cebola.

Para o grupo canadense, a transação deve ajudar a consolidar sua presença no Brasil e expandir seu portfólio, que hoje tem foco nas batatas, pizzas congeladas e anéis de cebola.

Em 1999, a Forno de Minas, fundada por Maria Dalva Couto Mendonça e seus filhos Helder e Hélida, em Belo Horizonte, tinha sido vendida para a multinacional Pillsbury, unidade de alimentos da holding Diageo.

Dez anos depois, a General Mills, que havia comprado a Pillsbury, fechou as portas da empresa e demitiu todos os funcionários. A família Mendonça readquiriu a marca em 2009, reativou a fábrica e convidou todos os ex-empregados a voltarem ao negócio. A compra pela McCain marca pela segunda vez a saída dos fundadores.

Um negócio de família
A história do Forno de Minas começou na década de 1990, quando os produtos congelados nos supermercados se limitavam a hambúrgueres e pizzas.

“A gente tinha muita certeza que o produto era bom, porque funcionava na nossa casa, mas não sabíamos se as pessoas iam estar dispostas a comprar”, contou Helder Mendonça, CEO e um dos fundadores da Forno de Minas, ao podcast Do Zero ao Topo, do Infomoney.

A receita do pão de queijo que vendiam era de sua mãe, a dona Maria Dalva.

Helder, sua irmã Hélida Mendonça e a mãe resolveram vender pães de queijo depois que o confisco da poupança do Plano Collor quebrou os negócios que tinham, uma imobiliária e uma concessionária de carros.

“Nós vendemos as linhas de telefone que a minha mãe tinha, alugamos uma sala comercial e começamos a fabricar pães de queijo. No início, fabricávamos 60 kg por dia e o objetivo era vender em padarias e pequenos mercados”, explicou Helder.

A estratégia deu tão certo que a Forno de Minas acabou criando uma nova categoria de produto congelado e, poucos anos depois, já estava presente nos principais supermercados de todo o país.

Em 1999, uma boa oferta fez a família Mendonça vender os negócios para a multinacional Pillsbury, posteriormente adquirida pela General Mills. Dez anos depois, Helder recebeu um telefonema: a General Mills tinha decidido fechar a fábrica da Forno de Minas e acabar com a empresa.

Ao analisar os negócios, Helder percebeu que a multinacional havia mudado a receita do pão de queijo e o volume vendido tinha caído para um terço do que era em 1999. A família recomprou os negócios e começou um intenso trabalho para retomar a produção com a receita original.

Hoje, a empresa fatura algumas centenas de milhões de reais, possui 1.200 funcionários e está presente em mais de 90% dos supermercados do país.

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