Considerações Iniciais
Estimado(a) leitor(a) do Portal North News, o Brasil inicia 2025 enfrentando um grave problema econômico, 80,1 milhões de pessoas físicas e jurídicas começaram o ano como inadimplentes, de acordo com os dados de outubro de 2024, da empresa Serasa Experian. Desses, 73,1 milhões são pessoas físicas, acumulando dívidas de R$ 402,0 bilhões, enquanto 7 milhões de empresas acumulam dívidas que somam R$ 156,1 bilhões.
Esse cenário econômico mais desafiador evidencia problemas em um país emergente que, apesar de ser a décima maior economia do mundo, enfrenta dificuldades em manter a saúde financeira de sua população adulta e do setor produtivo. A elevada inadimplência nas cinco regiões do Brasil é reflexo de altas taxas de juros, desemprego, endividamento excessivo, custo de vida alto e falta de Educação Financeira.
Panorama Atual da Inadimplência no Brasil
O crescente número de pessoas inadimplentes pressiona negativamente a economia brasileira. Empresas enfrentam sérias dificuldades para honrar compromissos devido à baixa demanda e altos custos de produção, enquanto pessoas lidam com dívidas crescentes, especialmente no cartão de crédito. As empresas e as pessoas inadimplentes juntas somam US$ 558,1 bilhões em dívidas, conforme a Serasa Experian.
Em outubro de 2024, o índice de inadimplência atingiu 45,12% da população adulta no Brasil. O valor médio devido por inadimplente é de R$ 5.504,33, com o cartão de crédito sendo apontado como o principal fator e com juros anuais de 438%, segundo o Banco Central do Brasil (BACEN), esse meio de pagamento se tornou uma armadilha financeira nos 5.570 municípios.
A inadimplência varia entre os estados brasileiros, no Amapá, 61,10% da população adulta está inadimplente, enquanto, no Piauí o índice é de 35,43%. A faixa etária mais atingida está entre 41 e 60 anos, representando 35,1% dos inadimplentes, de acordo com a Serasa Experian.
Com alta inadimplência entre pessoas físicas e jurídicas desacelera o ritmo de crescimento de empréstimos, logo, os bancos e as instituições financeiras projetam crescimento menor do crédito em 2025.
A Elevada Inadimplência no Brasil
A elevada inadimplência prejudica não apenas a economia, mas também a sociedade brasileira. Quando indivíduos e empresas falham em cumprir suas obrigações financeiras, os impactos são amplos, como restrição ao crédito. As instituições financeiras endurecem critérios de concessão de crédito, elevando as taxas de juros para compensar o risco, o que limita investimentos das empresas e consumo das famílias.
Os inadimplentes sofrem com o custo de vida elevado e os juros abusivos, o que aumenta o nível de estresse, agravado pelas frequentes cobranças. A última projeção do Boletim Focus é desaceleração econômica no Brasil, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) desacelerando de 3,49% em 2024 para 2,01% em 2025, que afetará os setores produtivos, os empregos formais e o índice de confiança do consumidor (ICC), o índice de confiança empresarial (ICE) e o nível de confiança dos investidores.
A alta inadimplência tem um impacto social profundo, ampliando as desigualdades sociais e gerando instabilidade emocional nas famílias. Esse cenário é agravado por cobranças constantes, que prejudicam um ambiente de estresse e desgaste psicológico, prejudicando o bem-estar e as relações familiares.
Famílias de baixa renda são particularmente vulneráveis à elevada inadimplência, pois enfrentam maior dificuldade para acessar crédito em condições adequadas. Essa situação reforça o ciclo vicioso da pobreza, já que a falta de recursos financeiros impede investimentos em educação, saúde e melhorias habitacionais.
Desafios e Soluções para a Recuperação Financeira
Diante desse cenário crítico, medidas estruturais são essenciais, como a redução das taxas de juros. Uma política monetária expansionista reduziria o custo do crédito, incentivaria o consumo e aumentaria os investimentos, iniciando o processo de recuperação financeira das famílias e empresas.
A Educação Financeira é fundamental para ampliar programas de consumo consciente, vital para capacitar a população a gerir recursos financeiros, evitando endividamentos desnecessários e promovendo o consumo responsável de bens e serviços.
A renegociação flexível de dívidas é crucial, com bancos e instituições financeiras oferecendo condições acessíveis, como redução de juros, ampliação de prazos e descontos para quitações antecipadas.
O incentivo ao empreendedorismo, com pequenas e médias empresas, que representam 70% das empresas inadimplentes, elas necessitam de apoio, como linha de crédito acessível, incentivos fiscais e capacitação para contribuir com a reindustrialização verde, para preservar empregos formais e manter suas atividades econômicas.
Considerações Finais
Finalmente, o cenário de inadimplência no início de 2025 reflete uma combinação de desafios econômicos e sociais no Brasil. Apesar das dificuldades, existem oportunidades para mudanças significativas por meio de política monetária expansionista do BACEN, como a redução de juros e o fortalecimento da Educação Financeira.
Embora o desemprego tenha registrado o menor índice desde 2012 (6,1% no trimestre encerrado em novembro de 2024), ainda afeta 6,8 milhões de brasileiros, muitos deles inadimplentes. Para reverter esse quadro, cada pessoa física e jurídica deve adotar um plano próprio de "INADIMPLÊNCIA ZERO", com foco em renegociação das dívidas e gestão financeira eficiente.
Que 2025 seja o início de uma nova trajetória financeira para milhões de pessoas adultas e empresas, culminando em um 2026 financeiramente equilibrado. Aprenda economizar e a se organizar o mais rápido possível para quitar as dívidas.
Desejo um PRÓSPERO 2025, com saúde física, mental e financeira!
(1) Paulo Galvão Júnior é economista brasileiro. Contato: WhatsApp +55 (83) 98122-7221. Instagram: @paulogalvaojunior