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19/01/2022 às 08h15min - Atualizada em 19/01/2022 às 08h15min

A falta de empregos em Cabul está levando a uma crise de fome cada vez pior

Este já é um inverno difícil no Afeganistão e é possível, dizem grupos de ajuda, que mais crianças morram de fome do que todos os civis mortos durante 20 anos de guerra.

Co - autora: Isabela Peixer
CTV News
A capital do Afeganistão, Cabul, foi transformada em uma fortaleza para se defender contra o Talibã, mas agora são os combatentes do Talibã que estão guardando os altos muros de concreto e as camadas de barreiras blindadas – enquanto uma crise humanitária de fome cresce na cidade.

Atualmente, não há nenhum problema de segurança para os combatentes do Talibã enfrentarem, diz um comandante local.

“Todo mundo pode ver, inclusive você, que nunca foi tão seguro viajar”, ​​disse ele à CTV National News.

Talvez seja porque o Talibã não está mais enviando homens-bomba para matar pessoas.

Outro paradoxo da cidade são os mercados repletos de frutas, legumes e carnes em abundância, em um país onde milhões estão à beira da fome.

A agência de refugiados das Nações Unidas, ACNUR, alertou que mais da metade da população do Afeganistão está enfrentando "níveis extremos de fome" e quase nove milhões de pessoas estão à beira da fome.

O problema não é a falta de comida, é a falta de empregos remunerados, dizem os moradores.

Quando as pessoas estavam trabalhando, compravam frutas, disse um homem à CTV National News. Até que o Talibã chegou e a economia entrou em colapso.

Agora, as crianças estão procurando por garrafas plásticas que possam vender. Um homem pendura cobertores para ganhar apenas alguns centavos.

Um ex-segurança segurando seu currículo se sente derrotado.

“Aqui tem comida”, diz. “Mas quando você não tem dinheiro, como você pode comprar arroz ou legumes?”

E em contraste com a abundância do mercado está outro sinal da fome da cidade: bebês sofrendo de desnutrição aguda.

Uma família tem um problema de pele há dois anos e um pai lutando contra o vício em drogas.

“Às vezes ele vinha com comida”, conta a mãe da criança. “Mas, fora isso, não havia nada.”

“Eles são como meus próprios filhos”, diz o supervisor da ala. “Fico muito triste quando os vejo nessa situação.”

Este já é um inverno difícil no Afeganistão e é possível, dizem grupos de ajuda, que mais crianças morram de fome do que todos os civis mortos durante 20 anos de guerra.

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