Previsão de queda do diesel promete movimentar economia canadense no fim de ano e gasolina flutua

Alta dos combustíveis fósseis segurou o que poderia ser um 2022 para cair na estrada e a inflação deixou sua marca em múltiplos setores da economia canadense

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Após os principais anos de isolamento social na pandemia criou-se uma expectativa de se aventurar fora do âmbito residencial. Isso envolve explorar a cidade em que se vive e as fronteiras intermunicipais. Na América do Norte, as estradas são mais populares do que a malha ferroviária. O carro e demais meios de transporte rodoviários são a escolha comum do indivíduo médio. No entanto, a alta dos combustíveis fósseis segurou o que poderia ser um 2022 para cair na estrada e a inflação deixou sua marca em múltiplos setores da economia canadense.  

Dos supermercados até os correios, o diesel foi um grande vilão de uma inflação muito debatida no setor econômico e sentida na maior parte das residências. No mês de setembro a gasolina registrou uma alta, segundo relatório do governo, que afetou serviços em outubro e novembro. Mas a expectativa é que dada a alta do valor durante quase todo o ano de 2022, o diesel tenha tido a primeira grande baixa esperada desde janeiro. Isso significa menos custos para a agricultura, por exemplo, o que reflete nos preços dos alimentos nos supermercados. A mudança do preço tornaria fertilizantes, matéria prima e, claro, transporte de produtos mais barato. 

Essa oscilação positiva vem em boa hora, durante o período de festas de fim de ano. Na época onde a importação e exportação são as mais intensas do ano visando suprir a demanda de consumo. Mas isso não significa que os serviços postais fiquem mais baratos em 2023. Infelizmente a constante inflação exigiu uma subida nos valores não apenas no Canada Post, bem como FedEx e Purolator. 

E até os tradicionais pinheiros natalinos sentiram o baque da gasolina e do diesel. Apesar da expectativa de que o diesel tenha o menor preço do ano em dezembro, o impacto constante do preço alto também afetou esse setor da agricultura. O Canadá registrou o segundo ano de menor número de pinheiros para venda devido ao alto custo da importação de fertilizante, transporte das árvores e recursos de cultivo. Shirley Brennan, diretora da Associação Canadense de Árvores de Natal, disse em entrevista para a CBC que o aumento de 10% do preço dos pinheiros se justifica pelos gastos atuais com seu cultivo. Dependendo da região, apenas o custo do fertilizante oscilou entre 25% e 50% a mais em 2022, atrelado ao transporte das fazendas até os centros e o combustível para o maquinário das fazendas criam um cenário adverso. 

Se a crise de combustível afeta um produto tão sazonal e opcional como pinheiros natalinos, o que dizer dos desafios dessa crise para o cultivo de alimentos básicos. Já que não há uma previsão para preços mais acessíveis da gasolina em 2023, resta à economia apostar na acessibilidade ao transporte híbrido, como etanol e até mesmo os carros elétricos, devido às negociações de incentivo ao setor.