Os lucros do setor de supermercados no Canadá provavelmente ultrapassarão $6 bilhões em 2023, estabelecendo um novo recorde ao aumentar 8% em relação ao ano passado.
De acordo com uma nova pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa progressista Centre for Future Work, os varejistas de alimentos estão obtendo mais do que o dobro do lucro que obtinham antes da pandemia.
Jim Stanford, economista e diretor do Centre for Future Work, vai apresentar as conclusões do relatório no comitê de agricultura da Câmara dos Comuns sobre a estabilização dos preços dos alimentos.
Citando dados do Statistics Canada, o relatório disse que a margem de lucro líquido no varejo de alimentos e bebidas tem excedido consistentemente três por cento da receita total desde meados de 2021, mais do que o dobro da margem média entre 2015 e 2019.
Os dados mostram que os varejistas aproveitaram a pandemia e suas consequências para aumentar seus lucros, disse Stanford.
"Um setor não pode dobrar seus lucros se estiver apenas repassando despesas mais altas", disse ele.
Eric La Fleche, presidente e CEO da mercearia Metro Inc., está programado para fazer uma apresentação durante a primeira metade da reunião do comitê.
Na semana passada, os executivos da Loblaw Cos. Ltd., Walmart Canada e Empire Co. Ltd. compareceram perante o comitê.
Os principais supermercados têm sofrido pressão do governo para aprovar planos que ajudem a estabilizar os preços dos alimentos para os canadenses. No início deste outono, os diretores das cinco maiores empresas de mercearia foram convocados pelo governo para apresentar seus planos.
Os supermercados também enfrentaram pressão para aderir a um código de conduta para mercearias que está prestes a ser concluído e que, segundo os proponentes, ajudará a nivelar o campo de atuação entre fornecedores e grandes varejistas.
O ministro federal da Agricultura, Lawrence MacAulay, disse que ele e seus colegas provinciais, juntamente com o ministro federal da Indústria, François-Philippe Champagne, se reunirão para discutir as opções dos governos provinciais e federal caso as grandes mercearias não assinem o código.
O presidente do Loblaw, Galen Weston, disse aos deputados na semana passada que a empresa teme que certas disposições do código aumentem os preços dos alimentos para os canadenses, uma vez que ele dá muito poder de negociação aos grandes fabricantes multinacionais.
Ele disse que a mercearia assinará o código, mas não em sua forma atual.
O CEO do Walmart Canadá, Gonzalo Gebara, disse aos deputados que a empresa "não está em uma posição neste momento para se comprometer" com o código. Ele disse que a versão atual inclui disposições que "criam burocracia e custos, custos que inevitavelmente acabarão nos preços das prateleiras".
THE CANADIAN PRESS/Graham Hughes
