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25/11/2024 às 13h37min - Atualizada em 25/11/2024 às 13h37min

Entenda o boicote dos frigoríficos brasileiros ao Carrefour

Grupo Carrefour Brasil nega que haja, até o momento, desabastecimento de carne em suas unidades; a interrupção do fornecimento dos frigoríficos vem como retaliação ao boicote anunciado, na última quarta-feira (20), pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, às carnes dos países que compõem o Mercosul

Redação North News
com informações CNN Money
Foto: Lorena Sone/A Crítica
 
A JBS, um dos principais frigoríficos brasileiros, interrompeu o fornecimento de carne ao Carrefour, na quinta-feira (21), em resposta ao boicote anunciado no dia anterior pelo CEO da rede francesa de varejo às carnes dos países que compõem o Mercosul.

A Friboi, marca da JBS, responde por cerca de 80% das carnes vendidas no Carrefour.

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Na sexta (20), a Masterboi também realizou a suspensão de 250 toneladas de carne ao Carrefour.

O Grupo Carrefour Brasil nega que haja, até o momento, desabastecimento de carne em suas unidades.

“É improcedente a alegação de que hoje há desabastecimento de carne nas lojas do Grupo Carrefour Brasil. A comercialização do produto ocorre normalmente nas lojas. Nenhuma loja está desabastecida”, disse a assessoria do grupo varejista.

O grupo varejista também lamentou a decisão pelos frigoríficos e comentou o impacto da suspensão.

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“Infelizmente, a decisão pela suspensão do fornecimento de carne impacta nossos clientes, especialmente aqueles que confiam em nós para abastecer suas casas com produtos de qualidade e responsabilidade.”, comentou em nota o grupo varejista.

Segundo ainda o Carrefour Brasil, eles estão em diálogo constante na busca de soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne em suas lojas o mais rápido possível.

As carnes in natura, vendidas nos açougues, tem um forte giro de estoque, de acordo com especialistas ouvidos pela CNN. O tempo de permanência desses produtos no supermercado é curto.

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“A ruptura, em breve, vai ficar óbvia. A reposição da carne in natura, a mais comercializada, é feita diariamente”, explica a CEO da AGR Consultores Ana Paula Tozzi. A especialista acredita que muito provavelmente unidades do Carrefour serão impactadas pela falta de carne.

Ana Paula Tozzi explica que ao longo dos dias a falta de proteínas ganhará cada vez mais força, ainda que o Carrefour busque distribuidoras para comprar lotes emergenciais.

Entenda retaliação dos frigoríficos e decisão do Carrefour
A interrupção do fornecimento dos frigoríficos vem como retaliação ao boicote anunciado, na última quarta-feira (20), pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, às carnes dos países que compõem o Mercosul.

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Apesar de o Carrefour Brasil ter tentado se distanciar das declarações, o francês é controlador da companhia, com mais de 60% de participação.

A decisão do CEO do grupo francês foi uma resposta de solidariedade ao agronegócio da França, que tem se posicionado contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

Agricultores franceses alegam que produtores do Mercosul não seguem as mesmas regras — principalmente ambientais — e teriam vantagens competitivas injustas.

Entidades brasileiras, desde então, vêm se posicionando contra as declarações de Bompard. Autoridades, como o ministro da Agricultura Carlos Fávaro, e o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, defenderam publicamente um boicote à bandeira. Fávaro teria, inclusive, pedido aos frigoríficos que tomassem uma atitude.

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Carta de repúdio
No sábado (23), representantes de 44 entidades da cadeia produtiva publicaram uma carta aberta em repúdio às declarações do CEO do Carrefour na França sobre a suspensão da compra de carnes do Mercosul.

Segundo o comunicado, eles consideram a decisão infundada e incoerente com os princípios do livre mercado, da sustentabilidade e da cooperação internacional.

“A decisão anunciada demonstra uma abordagem protecionista que contradiz o papel de uma empresa global com operações em mercados diversos e interdependentes.”, diz a carta.

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Os representantes ainda reforçaram a importância do Brasil como referência mundial na produção e exportação de proteínas animais: “Nos últimos 30 anos, a pecuária brasileira aumentou sua produtividade em 172%, enquanto reduziu a área de pastagem em 16%”.

Segundo as associações, a legislação ambiental brasileira é uma das mais rigorosas do mundo.

Além disto, o representantes reforçaram que a exclusão de produtos do Mercosul do mercado francês pode gerar inflação e aumentar as emissões de carbono devido ao transporte de mercadorias locais menos eficientes.

“Se uma carne brasileira não serve para abastecer o Carrefour na França, é difícil entender como ela poderia ser considerada adequada para abastecer qualquer outro mercado.”, completam.

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