O primeiro-ministro Justin Trudeau disse que as novas tarifas de 25% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre as importações de aço e alumínio, inclusive do Canadá, são “totalmente injustificadas” e “inaceitáveis”.
Falando a repórteres em viagem a Paris, Trudeau disse que o governo federal trabalhará com a administração dos EUA no período que antecede a entrada em vigor das tarifas, para destacar seu impacto negativo, mas “se chegar a esse ponto, nossa resposta será firme e clara”.
“Defenderemos os trabalhadores canadenses. Defenderemos as indústrias canadenses”, disse o primeiro-ministro nesta terça-feira.
Ontem, Trump, citando os impactos do excesso de capacidade global no mercado doméstico americano, assinou uma ordem executiva removendo as isenções de suas tarifas de 2018 sobre o aço e aumentou suas tarifas de 10% sobre o alumínio em 2018.
Em sua nova ordem, Trump afirma as “ações são necessárias e apropriadas para eliminar a ameaça de comprometimento da segurança nacional dos Estados Unidos”.
Discordando dessa posição, Trudeau destacou a profunda integração entre os mercados canadense e americano, desde a defesa e a construção naval até a fabricação de automóveis. “Juntos, tornamos a América do Norte mais competitiva”, disse ele.
Na manhã de hoje, Trudeau não chegou a se comprometer com uma resposta dólar por dólar, como estava pronto para fazer com as tarifas de importação de Trump, agora suspensas, mas o Canadá retaliou em 2018, quando medidas semelhantes foram impostas durante as renegociações do North American Free Trade Agreement, ou Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), antes de receber uma isenção.
Essa ação comercial ocorre pouco mais de uma semana depois que os EUA e o Canadá concordaram com uma pausa de pelo menos 30 dias nas tarifas e tarifas recíprocas sobre importações internacionais.
Trudeau fez um breve comentário, antes de uma sessão plenária na AI Action Summit em Paris, ao lado de vários líderes mundiais. Entre eles, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Quando Vance chegou à cúpula, ele não parou para responder a perguntas, inclusive da mídia canadense, sobre tarifas e a retórica do “51º estado” da administração americana.
O primeiro-ministro Justin Trudeau está na Europa buscando fortalecer os laços comerciais entre o Canadá e a União Europeia, já que as nações de ambos os lados do Atlântico enfrentam uma crescente insegurança econômica e ameaças de Trump.
Trudeau disse que o Canadá também trabalhará com outros aliados que foram afetados pela última ação comercial de Trump.