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05/11/2024 às 18h36min - Atualizada em 05/11/2024 às 18h30min

Reflexões do Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos em São Paulo

Paulo Galvão Júnior (1)

Paulo Galvão Júnior

Paulo Galvão Júnior

Economista paraibano, autor de 18 e-Books de Economia, conselheiro do CORECON-PB e diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da PB.

Fonte: Valor Econômico.
Considerações Iniciais

Na Paraíba (PB) as praias são deslumbrantes e de águas mornas. No dia 5 de novembro de 2024, com o dólar turismo cotado a R$ 5,95, a melhor escolha para o turista brasileiro é adiar a viagem internacional para a Flórida e optar pela primeira viagem a terra onde o sol nasce primeiro nas Américas. Já para o turista canadense, com o inverno se aproximando nas dez províncias e três territórios do Canadá, a melhor opção é aproveitar o dólar turismo alto e o verão na capital da Paraíba, no mês de dezembro.

Recentemente, Oxford Economics Global Cities Index 2024 divulgou um ranking que avalia as 1.000 melhores cidades do mundo. Em 2023, Nova York lidera o ranking global, enquanto São Paulo ocupa a primeira posição entre as cidades brasileiras. João Pessoa encontra-se em vigésimo quarto lugar no ranking nacional e na 620ª colocação no ranking mundial. A linda capital paraibana alcançou o 879° lugar em Economia, 626° colocado em Capital Humano, 712° lugar em Qualidade de Vida, 14ª colocação em Meio Ambiente e 569° lugar em Governança. Entre as capitais brasileiras, João Pessoa encontra-se em décima sétima posição no ano de 2023. Logo, a décima quarta melhor cidade do mundo em Meio Ambiente é João Pessoa, ao avaliar a qualidade do ar, as anomalias de temperatura, a intensidade de emissões de gases de efeito estufa (GEE), os desastres naturais e as anomalias de precipitação pluviométrica.

Neste artigo apartidário e publicado no Portal North News, no Canadá, pretendemos realizar reflexões sobre os painéis discutidos durante o seminário das oportunidades que consolidam a Paraíba como um polo de investimentos promissor na região Nordeste do Brasil e convidar os estimados empresários canadenses e do país vizinho, os Estados Unidos da América (EUA), a investir também na PB.

Hoje é o dia de uma das eleições presidenciais mais aguardadas e acirradas no país mais rico do mundo. Os eleitores vão às urnas em meio a um cenário de intensa polarização política e fortes debates sobre o futuro dos EUA. A disputa não apenas captou a atenção da nação mais militarizada do planeta, mas também do Canadá, do Brasil, do México e do mundo, dada a relevância do resultado para questões globais, como a Guerra na Ucrânia, a Guerra em Israel e as mudanças climáticas.

Eu estou na capital da Paraíba, o governador João Azevedo, em seu segundo mandato, e sua relevante equipe técnica de secretários de estado, além da brilhante participação de empresários que já investem no estado da PB, foram responsáveis para revelar que a Paraíba desponta como um polo promissor de investimentos, combinando um cenário de turismo em expansão com incentivos fiscais e uma série de projetos voltados para a infraestrutura no seminário na capital do estado de São Paulo.

Em primeiro lugar, meus sinceros parabéns a Editora Globo em parceria com o Governo da Paraíba e com divulgação e transmissão do Jornal Valor Econômico pelo YouTube do excelente Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos em São Paulo.

Em segundo lugar, o seminário reuniu autoridades, especialistas, empresários, jornalistas e executivos para discutir o enorme potencial e as vantagens competitivas de investir na Paraíba, destacando como o estado vem abrindo portas para novas oportunidades. Uma excelente oportunidade para conhecer as perspectivas de crescimento e inovação que fazem da PB um destino estratégico para novos investimentos na região Nordeste.

Reflexões do Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos em São Paulo

No dia 31 de outubro de 2024, no auditório da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), localizado na capital paulista, o moderador, jornalista econômico, apresentador da TV Globo, Jorge Félix, convidou o governador paraibano João Azevedo para abrir oficialmente o seminário Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos.

O governador da Paraíba nas primeiras palavras foi de agradecimentos aos parceiros do evento e participantes, em seguida, ele destacou a gestão fiscal ajustada, a capacidade de investimento muito alta e sete meses de saldos positivos na geração de empregos.

Em seguida, foi dito pelo governador João Azevedo que teríamos três painéis do seminário: Primeiro Painel – Infraestrutura; Segundo Painel – Turismo; Terceiro Painel – Política de Incentivos Fiscais. Inicialmente com apresentações dos secretários estaduais e, posteriormente, com empresários que já investem em território paraibano. Depois, solicitou a apresentação de um excelente vídeo institucional sobre as belezas naturais, a localização estratégica e o crescimento econômico da Paraíba, onde o sol nasce primeiro no Brasil.

Oportunidades e Investimentos em Infraestrutura na secular Paraíba

O atual secretário de Infraestrutura Deusdete Queiroga iniciou o Painel 1 com seus vinte e seis slides, com a apresentação de dados gerais da Paraíba, no qual destacamos, a extensão territorial de 56.469 km², a quantidade de 223 municípios, a população total de 3,9 milhões no Censo 2022, cuja última estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Paraíba já alcançou mais de 4,1 milhões de habitantes em 2024.

Destacamos também que a capital paraibana, João Pessoa, encontra-se a 120 km de distância de Recife, capital de Pernambuco (PE), 186 km de Natal, capital do Rio Grande do Norte (RN) e 375 km de Maceió, capital do estado de Alagoas (AL), e no raio de 1.000 km abriga 48 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) nominal de R$ 510 bilhões.

O secretário Deusdete Queiroga abordou com êxito as ótimas oportunidades que a Paraíba oferece e os excelentes investimentos privados que estão sendo feitos e que poderão ser realizados nos próximos anos. É verdade, a Paraíba conquistou o rating A pelo terceiro ano consecutivo pelo Tesouro Nacional. É verdade também, o rating AAA da PB, de acordo com a Standard & Poor's. É verdade também, a Paraíba é o estado mais competitivo do Nordeste, segundo o Centro de Liderança Pública (CLP).

Já na questão da Paraíba como líder em segurança pública no Norte-Nordeste, foi complicado o secretário defender, pois na noite de 30 de outubro, em João Pessoa, cerca de dez ladrões fortemente armados roubaram 450 metros de cabos de cobre da Estação Elevatória de Água Bruta de Gramame, da Companhia de Água e Esgoto da Paraíba (CAGEPA), provocando a falta de água em Cabedelo, Conde e 80% dos 65 bairros de João Pessoa, além de um prejuízo aos cofres públicos de aproximadamente de R$ 1,7 milhão. É difícil de acreditar que o local tão importante para a infraestrutura da PB, não possui câmeras de segurança e poucos profissionais de segurança pública no local para evitar este roubo.

O secretário Deusdete Queiroga enfatizou que os investimentos com recursos próprios cresceram de R$ 585,2 milhões em 2019 para R$ 2,1 bilhões no ano de 2023, segundo os dados da Secretaria do Estado da Fazenda da Paraíba (SEFAZ-PB).

O secretário Deusdete Queiroga abordou também oito pontos da infraestrutura na Paraíba: i) Infraestrutura Rodoviária; ii) Infraestrutura Hídrica; iii) Energias Renováveis; iv) Porto de Cabedelo; v) Voos diretos e diários de João Pessoa e Campina Grande para várias cidades do Brasil; vi) Aeródromos estaduais; vii) Bus Rapid System (BRS) com cinco terminais de passageiros de João Pessoa; e viii) Instituições Públicas.

Em plena Quarta Revolução Industrial investir em educação de qualidade na Paraíba é fundamental. É necessário integrar temas como sustentabilidade, ciência de dados, inteligência artificial (IA), educação financeira e empreendedorismo nos programas educacionais, que permitirá que a juventude paraibana se destaque e contribua para a resolução dos desafios globais, como as mudanças climáticas e a desigualdade econômica.

É verdade, a Paraíba tem uma das melhores malhas rodoviárias do Brasil, com mais de seis mil km. Ele citou também os investimentos na Ponte do Futuro (R$ 465,0 milhões) e no Arco Metropolitano de João Pessoa (R$ 218,5 milhões), por exemplos. São R$ 683,5 milhões de investimentos estatais na Região Metropolitana de João Pessoa.

Todavia, estimados empresários canadenses e norte-americanos, é preocupante que durante mais de duas horas de relevante seminário não foi citado às estradas ferroviárias nem sequer os números, o seu potencial, nem tão pouco o interesse de atrair empresas desse setor logístico que invistam na Paraíba.

É preocupante o desconhecimento do secretário de Infraestrutura do papel do transporte ferroviário no crescimento econômico de nações desenvolvidas como o Canadá, os EUA e o Japão, além de países emergentes como a China. Ao estudar o crescimento do PIB do Canadá e dos EUA, ele constatará a relevância dos trens de cargas e de passageiros para estes dois países continentais, desenvolvidos e localizados na América do Norte.

É possível cruzar o Canadá, o segundo maior país em extensão territorial, da costa oeste, do Oceano Pacífico, na província de British Columbia (BC), em Vancouver até a costa leste, do Oceano Atlântico, na província de Nova Scotia, em Halifax, de trem de passageiros, por exemplo. Na PB, infelizmente, não podemos pegar o trem de passageiros na cidade portuária de Cabedelo e chegar na cidade sertaneja de Cachoeira dos Índios.

A Revista Veja divulgou recentemente uma excelente matéria intitulada “O trem-bala despontou há sessenta anos no Japão. E o Brasil?” E a Paraíba? Não tem projetos de trens-bala. O Japão inaugurou o primeiro trem-bala em 1964, com velocidade de 210 km/h, no trecho entre Tóquio e Osaka. A Revista Veja destacou que “A China, contudo, deu um passo além. Estreou, neste ano, a primeira rota trafegada por uma máquina mais avançada, à base de levitação magnética, capaz de viajar a 350 km/h e com potencial de atingir 500 km/h. Batizado de Maglev, o trem não toca os trilhos, devido a poderosos eltroímãs”.

O investimento público e privado no transporte ferroviário na Paraíba, como em muitos estados brasileiros, enfrenta desafios complexos A ausência de investimentos públicos e privados no setor pode ser atribuída a diversos fatores, como o elevado custo de implementação e a falta de conhecimento dos benefícios econômicos, sociais e ambientais do transporte ferroviário.

A construção e modernização de linhas ferroviárias requerem grandes investimentos em infraestrutura, tecnologia e mão de obra especializada. Para estados com orçamentos mais restritos, como a Paraíba, é difícil viabilizar esses projetos sem parcerias com o setor privado nacional ou internacional ou apoio do Governo Federal.

Falta de apoio federal e incentivos específicos são visíveis. O desenvolvimento do setor ferroviário nacional está geralmente concentrado em corredores logísticos estratégicos voltados para o escoamento de produtos de exportação, como grãos e minérios. A Paraíba não é centro produtor de commodities agrícolas nem energéticas, logo, fica fora do foco das principais linhas de financiamento federal para ferrovias. Mas, ela tem uma enorme produção e potencial nas commodities minerais e no setor sucroalcooleiro.

Desde o governo Washington Luís (1926-1930) começou os primeiros investimentos estatais em transporte rodoviário no Brasil. No quinto maior país em extensão territorial, a malha de transporte é majoritariamente rodoviária, o que influencia tanto a cultura de transporte quanto o direcionamento dos investimentos públicos e privados. Essa preferência nacional tem relegado o transporte ferroviário a segundo ou terceiro plano em vários estados brasileiros, sobretudo, na Paraíba.

A demanda por trens é baixa. A Paraíba possui uma economia baseada em setores que, embora dinâmicos, têm menor demanda por transporte ferroviário em comparação com estados com indústrias pesadas e fortes no agronegócio. Dessa forma, o retorno do investimento pode ser menos atrativo, limitando o interesse de investidores nacionais e internacionais.

Políticas de curto prazo e falta de planejamento de longo prazo. Investimentos em ferrovias exigem políticas públicas e planejamentos de longo prazo, que nem sempre é prioridade. Há uma demanda política e social por resultados rápidos, o que favorece investimentos em outras áreas de infraestrutura.

O secretário de Infraestrutura, Deusdete Queiroga, destacou bem as melhorias na malha rodoviária e a importância da Ponte do Futuro, mesmo no slide não aparecendo à foto da Ponte do Futuro, mas, sim, a foto da Ponte das Três Ruas, inaugurada no dia 1 de novembro de 2024, pelo atual governador da Paraíba, João Azevedo, em parceria com o prefeito reeleito de João Pessoa, Cícero Lucena, uma excelente obra de mobilidade urbana de R$ 15 milhões. No entanto, ele deixou de mencionar o setor ferroviário, o que suscitou as minhas primeiras reflexões críticas entre as relevantes apresentações em São Paulo.

Como case de sucesso empresarial na Paraíba, a primeira apresentação foi do empresário piracicabano Edmond Faraht, CEO da Rio Alto Energias Renováveis, que em treze slides falou muito bem sobre a empresa paulista Rio Alto, foi notável o seu amor pela PB. O seu primeiro slide foi uma linda bandeira rubro-negra da Paraíba, com o lindo sol ao fundo e uma relevante pergunta: Por que investir na Paraíba?

Segundo o empresário paulista Faraht quatro fatores são essenciais: i) Disponibilidade de grandes extensões de áreas; ii) Rede elétrica modernizada com ampla disponibilidade de energia renovável; iii) Mão de obra em abundância; e iv) Boas universidades, como a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

A empresa Rio Alto tem uma presença significativa na Paraíba, com projetos ambiciosos de energia renovável, sobretudo de energia solar. Segundo o empresário paulista Faraht: “Coremas é a melhor radiação do Brasil”. Posteriormente, ele ressaltou também: “Os ventos do Nordeste são os melhores do mundo”. Aproveitando o elevado índice de radiação solar do estado da PB, ele enfatizou que a Rio Alto tem 15 usinas solares na PB, sendo a primeira usina solar em Coremas em 2018 e as últimas usinas solares em Santa Luzia (2022), Coremas (2022) e São João do Rio do Peixe (2022).

Além disso, pesquisando na internet, a Rio Alto está explorando o potencial para desenvolver hidrogênio verde, uma tecnologia inovadora em energias limpas, com possível parceria com o Porto de Cabedelo para exportação. Esses projetos visam fortalecer a economia paraibana e expandir a geração de empregos, priorizando a contratação de mão de obra local e oferecendo capacitação profissional com foco nas práticas ESG (ambientais, sociais e de governança).

Ele também não citou que a revitalização ferroviária poderia contribuir muito para a economia do estado da Paraíba, especialmente no turismo e na movimentação de produtos paraibanos, como minérios. Ele destacou a BR-230, a famosa Transamazônica, que tem o seu marco zero na cidade portuária de Cabedelo e atravessa o estado de leste a oeste. Destacou bem os principais pontos turísticos da Paraíba.

Contudo, revitalizar o setor ferroviário na Paraíba poderia impulsionar o turismo e facilitar a movimentação de produtos paraibanos, como açúcar, etanol, álcool 70°, cachaça e solventes, oriundos do setor sucroalcooleiro no estado. A ausência de uma infraestrutura ferroviária moderna é um entrave significativo ao desenvolvimento logístico, pois o transporte ferroviário reduz custos, aumenta a eficiência e polui menos. Os trens reduzem as emissões de GEE. Esse setor enfrenta desafios na Paraíba devido ao alto custo de implementação, à falta de apoio federal, e à baixa demanda econômica, considerando que o estado não é um centro de commodities agrícolas e energéticas.

Oportunidades e Investimentos em Turismo na secular Paraíba

No auditório da FIESP, o seminário estruturou-se em três painéis temáticos: infraestrutura, turismo e incentivos fiscais. O Painel 2 Turismo contou com a participação da secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba, Rosália Lucas, e o diretor presidente da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (CINEP), Rômulo Polari Filho, que detalharam os investimentos em andamento como o Centro de Convenções de Campina Grande e as perspectivas para novas parcerias, além da brilhante participação da empresária mineira Lizete Ribeiro que já investe em território paraibano.

Na apresentação da secretária Rosália Lucas, com treze slides, nós destacamos vários pontos positivos, entre eles, o papel do turismo no crescimento econômico da Paraíba. Apenas alguns pontos que ela se confundiu em São Paulo. Ela ao apresentar o segundo slide “Bem-vindos ao melhor momento do turismo da Paraíba”, com seis fotos dos principais atrativos turísticos do estado, ela, infelizmente, apresentou a foto do Hotel Tambaú funcionando, iluminado e as piscinas limpas, mas não comentou sobre o famoso hotel na orla pessoense.

Estimados empresários canadenses e norte-americanos, o Hotel Tambaú, famoso cartão-postal de João Pessoa, está completamente abandonado desde 2020. Após decretar falência em 2006 e fechar as portas devido à pandemia de COVID-19, o hotel não reabriu e enfrenta um processo de deterioração, o que tem gerado discussões sobre sua preservação e possível revitalização, além de brigas na justiça.

O Hotel Tropical Hotel foi construído e inaugurado na praia de Tambaú, Zona Leste de João Pessoa, em 1971. Seu projeto arquitetônico é assinado pelo renomado arquiteto carioca Sérgio Bernardes (1919-2002), e se tornou um dos cartões postais da cidade. Ao todo, são 173 apartamentos com vista ou para o mar, a sua maioria, ou para os jardins internos. Infelizmente, encontra-se completamente abandonado, um grande criadouro de mosquitos da dengue e nenhuma autoridade municipal, estadual ou federal ainda não resolveu o seu valioso retorno as atividades econômicas. É uma grande perda, pois sua reabertura irá gerar empregos diretos e indiretos. A população pessoense que está desempregada almeja a reabertura do lindo cartão-postal de Jampa o mais breve possível.

A secretária Rosália Lucas destacou também a alta na valorização imobiliária de João Pessoa, e apresentou no slide, a cidade de João Pessoa como “2ª cidade de maior valorização imobiliária do país” e afirmou na apresentação perdendo apenas para Curitiba, nas capitais. Na verdade, entre as capitais brasileiras, João Pessoa já é a líder nacional, com variação acumulada de 17,00% nos últimos 12 meses, em setembro de 2024. Em segundo lugar, Curitiba, a capital do estado do Paraná (PR), que teve a segunda maior variação no preço de venda de imóveis residenciais, de 16,27%, segundo os dados de setembro de 2024, do Índice FipeZAP.

Os números revelam também que os bairros do Cabo Branco, Jardim Oceania e Altiplano Cabo Branco, os três bairros com maior preço médio em setembro de 2024. Enquanto, na variação em 12 meses, os três bairros pessoenses mais valorizados foram Castelo Branco (67,6%), Jardim Oceania (23,0%) e Bessa (19,2%), conforme a FipeZAP.

Ela afirmou também no Painel 2 que “Temos um litoral de 120 km, litoral incrível”. Na verdade, o belíssimo litoral da Paraíba tem 133 km de extensão, de Pitimbu, na fronteira com o estado de PE, até Mataraca, na fronteira com o estado do RN. Depois da relevante apresentação da secretária Rosália Lucas, foi apresentado o segundo vídeo institucional com lindas paisagens da Paraíba. Em seguida, a apresentação do diretor presidente da CINEP, o engenheiro civil Rômulo Polari Filho, que apresentou rapidamente e com segurança no conteúdo os seus vinte slides.

O diretor presidente da CINEP destacou positivamente o Centro de Convenções de João Pessoa, e, sobretudo, o projeto do Polo Turístico Cabo Branco, que já conta com obras em andamento do Acquaí Parks & Resort (1.830 leitos e investimento de R$ 700 milhões), Tauá Resort e Convention João Pessoa (5.000 leitos e investimento de R$ 500 milhões), Ocean Palace Jampa Eco Beach Resort (1.629 leitos e investimento de R$ 220 milhões), Amado Bio & SPA Hotel (240 leitos e investimento de R$ 45 milhões), Holanda's Gold Resort Club (1280 leitos e investimento de R$ 200 milhões) e Mardisa Hotel e Resort (528 leitos e investimento de R$ 76 milhões). Ao todo, estão em construção 10.507 leitos, que representam R$ 1,741 bilhão de investimentos privados, o que gera 10.442 empregos na fase de construção e 4.519 empregos diretos na operação no Polo Turístico Cabo Branco.

Outro ponto alto do seminário foi a apresentação da empresária mineira Lizete Ribeiro, CEO do Grupo Tauá de Hotéis e Resorts, destacando o primeiro empreendimento da rede no Nordeste, o Tauá Resort e Convention João Pessoa, no Polo Turístico Cabo Branco, com 1.204 quartos, com piscina de onda e parque aquático indoor com sete mil metros quadrados.

A empresária mineira Lizete Ribeiro solicitou o vídeo para divulgar o primeiro empreendimento do Grupo Tauá no Nordeste. Ela descreveu emoção ao rever o vídeo do Tauá Resort e Convention João Pessoa, e ao falar da cultura local representada com “A mistura de Ariano Suassuna com Guimarães Rosa”. Essa combinação reflete uma Paraíba rica em tradições, onde a identidade cultural e o povo são reconhecidos como o verdadeiro patrimônio do estado.

Ela revelou que sempre se emociona ao assistir a este belíssimo vídeo do Tauá Resort e Convention João Pessoa, e compartilho dessa mesma emoção. É fascinante perceber, nas belas imagens, uma fusão poética entre a alma nordestina de Ariano Vilar Suassuna (1927-2014) e a profundidade mineira de João Guimarães Rosa (1908-1967). O autor de “Grande Sertão: Veredas” (1956) dedicou, com sensibilidade e admiração, um poema ao poeta paraibano, autor da obra-prima “Auto da Compadecida” (1955). Essas obras-primas, cada uma à sua maneira, exaltam a riqueza do sertão brasileiro e a humanidade universal que ecoa em suas histórias lindas e criativas.

Estimados empresários canadenses e norte-americanos, acreditem nestas sinceras palavras. A mistura literária do paraibano Ariano Suassuna e do mineiro Guimarães Rosa resulta na valorização da cultura popular brasileira, especialmente, das raízes nordestinas e do sertão, com uma linguagem rica em neologismos, expressões regionais e um estilo quase oral que revela a alma e a fala do povo brasileiro. A caneta e o sorriso eram as suas maiores armas para mudar o Brasil.

Ambos os autores criaram universos ficcionais profundamente ligados ao Brasil, o paraibano Ariano Suassuna com seu Movimento Armorial e o mineiro Guimarães Rosa com o uso de uma linguagem poética e filosófica que explora a essência humana em meio ao sertão. Essa mistura enfatiza a busca por uma identidade nacional autêntica, misturando humor, misticismo, e a complexidade do universo sertanejo. Por isso, a empresária Lizete Rodrigues concordou com as sábias palavras da secretária Rosália Lucas: “O maior atrativo que nós temos de turismo é o paraibano”.

Ela afirmou que o Polo Turístico Cabo Branco será a próxima “Nova Cancún Brasileira”. É muito difícil, mesmo com o Parque Temático Verde, o Boulevard dos Ipês, o Polo Gastronômico, e os 10.507 leitos, conquistar o título de “Nova Cancún”, cidade mexicana que no ano de 2023, recebeu mais de 10 milhões de turistas internacionais. Porque não temos nenhum voo internacional no aeroporto de João Pessoa e no aeroporto de Campina Grande, ambos administrados pela empresa espanhola Aena Brasil. Não temos cruzeiros marítimos atracando no Porto de Cabedelo, nem tão pouco, rotas internacionais terrestres de ônibus para os países vizinhos da América do Sul. Imagina trens para os países sul-americanos, não temos também, infelizmente.

Todavia, a empresária Luziete Ribeiro trabalha muito e sonha alto e faço votos que ela e eu possamos realizar os nossos grandes sonhos. O meu sonho é de construir maior Biblioteca Pública do Brasil na terra de Ariano Suassuna, nas comemorações alusivas ao seu centenário de nascimento. A construção da maior biblioteca pública do país, que abrigará cerca de 11 milhões de volumes, em João Pessoa, no ano de 2027. A Biblioteca Pública do Brasil com cinco andares incluirá um andar especial dedicado a obras que examinam o "milagre econômico" brasileiro entre 1968 e 1973, período marcado por um crescimento médio do PIB de 11,1% ao ano. Em comparação, entre 1980 e 2023, a taxa média de crescimento do PIB brasileiro foi de apenas 2,3% ao ano. Além de um auditório moderno na cobertura com bela vista para uma linda praia e com uma placa especial “Poeta Ariano Suassuna, 100 anos”, com sua célebre frase: “O sonho é que leva a gente pra frente. Se a gente for seguir a razão, fica aquietado, acomodado”.

Outros sonho é a realização no Centro de Convenções de João Pessoa do primeiro Festival Internacional de Escritores da Língua Portuguesa (FIELP) nos 100 anos do escritor Ariano Vilar Suassuna, que nasceu em 16 de junho de 1927, na antiga Parahyba, no quarto do 1° andar do Palácio da Redenção, pois o seu pai João Suassuna era o presidente da Paraíba na época, o que corresponde hoje ao cargo de governador do estado. Viva Ariano Suassuna!

Outro sonho é a construção de uma estátua de bronze de 2 metros de altura com pedestal, do economista paraibano Celso Monteiro Furtado (1920-2004), o maior economista brasileiro de todos os tempos, em frente ao Lyceu Paraibano, na capital paraibana. Viva Celso Furtado!

Política de Incentivos Fiscais na Paraíba

O Painel 3 sobre Política de Incentivos Fiscais, tão importantes para viabilidade econômica e atração de novos empreendimentos na PB, foi o último painel. Durante o Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos, o secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão da PB, o contador Gilmar Martins, apresentou os slides para a plateia, mas não foram retransmitidos pelo Valor Econômico aos quase 90 participantes pelo YouTube que acompanhavam ao vivo em 31 de outubro de 2024. Agora mais de 1 mil visualizações em 5 dias.

Destacamos o seu entusiasmo com as projeções econômicas da nossa amada Paraíba, do Banco Santander, e, sobretudo, do Banco do Brasil, ambos apontam forte crescimento econômico da Paraíba. O Banco do Brasil projeta uma taxa de crescimento de 6,8% em 2024, a maior taxa de crescimento do PIB entre os 26 estados brasileiros e o Distrito Federal (DF).

Destacamos também que ele citou o agronegócio, as cooperativas e também o nome do “querido e saudoso economista Celso Furtado”. Na minha singela opinião, a sua maior contribuição no seminário foi destacar a plataforma investe.pb.gov.br e divulgar no último slide o seu Qr-code aos empresários presentes no seminário, para acessar os principais indicadores e índices do estado da Paraíba na atualidade.

Hoje, não concordo com o pensamento do economista pernambucano Ecio Costa, citado pelo secretário Gilmar Martins, que a Paraíba seja a “Onça Brasileira”. Eu nunca vi uma onça-pintada nos biomas que se estendem na Paraíba. Na Mata Atlântica, onde o desmatamento e as queimadas reduziram muito a floresta do seu tamanho original desde o Brasil colonial, 80% das populações de onça-pintada desapareceram. Na Caatinga, a onça-pintada está na lista de espécies ameaçadas de extinção.

Não concordo com o seguinte pensamento de Ecio Costa: “(...), a Paraíba pode crescer mais do que o dobro que a média nacional, e mais que a China, um tigre asiático que vem desacelerando. A Paraíba se torna a onça brasileira, já que por aqui não há tigres, com a maior projeção de crescimento do país para 2024”. É errado afirmar que a China seja um tigre asiático. É totalmente incorreto. Os Tigres Asiáticos são Cingapura, Coreia do Sul, Hong Kong e Taiwan. São quatro tigres asiáticos. A China é um dragão asiático e com desaceleração econômica.

Eu só vi uma onça-pintada na jaula da Bica. Aqui na Paraíba temos uma onça alada, com duas asas incríveis e oriunda do rico folclore nordestino, a onça caetana, e tão bem interpretada por Ariano Suassuna no livro O Rei Degolado ao Sol da Onça Caetana. Não podemos escapar das garras da onça caetana; um dia, ela chegará inesperadamente.

Já a apresentação do secretário da Fazenda, o contador Marialvo Laureano, foi bastante didática e com estatísticas e informações tributárias em que destaca a “Política Fiscal da Paraíba versus Atração de Investimentos”. Ele apresentou o primeiro slide, de 14 slides, que destaca que em fevereiro e junho de 2024, a Paraíba foi à líder na variação nacional do comércio varejista, conforme o IBGE. Posteriormente, ele destacou que, “A roda da economia, ela está girando com mais fervor na Paraíba”.

A principal política fiscal da Paraíba é a redução da carga tributária e concordamos também com o secretário Marialvo: “Reduzir a carga tributária pra quê? Para que o empresário possa investir com segurança, possa lucrar (...)”. E parabenizamos por destacar a agroindústria de aguardente de cana e de cachaça na PB, que vem crescendo a produção em progressão geométrica e exportando para vários países, logo, se beneficiando destes incentivos fiscais.

Por exemplo, a cidade de Areia, localizada no Brejo Paraibano, é conhecida nacionalmente como a Capital Paraibana da Cachaça, no qual destacamos a Cachaça Matuta, produzida no Engenho Vaca Brava desde o século XIX, na zona rural da cidade. A PB produz 25 milhões de litros de cachaça anualmente, é o segundo maior produtor de cachaça do Brasil, atrás apenas do estado de Minas Gerais, terra de Guimarães Rosa e de Carlos Drummond de Andrade.

Por fim, ocorreu a participação do empresário catarinense Rodrigo Fontanella, sócio e diretor comercial da empresa Alumasa Indústria de Alumínio e Plástico, uma das maiores empresas de esquadrias de alumínio do Brasil e com sede em Urussanga, em Santa Catarina. Fundada em 1986 e mais de 38 anos atuando no mercado brasileiro com produtos e soluções em alumínio e plástico.

Na cidade paraibana de Ingá, mundialmente conhecida pela Itacoatiara, com várias inscrições rupestres na Pedra do Ingá, às margens do rio Ingá, a Alumasa vem investindo na sua fabrica de produtos de alumínio, escadas de alumínio e produtos de plástico para material de construção, gerando emprego e renda. Nos seus dez slides Rodrigo Fontanella destacou: “Por que a Paraíba? I) Expansão Alumasa; II) Crescimento mercado do Nordeste; III) Mão de obra e logística; IV) Incentivos Fiscais; V) Mobilidade das entidades governamentais”.

Considerações Finais

O Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos em São Paulo mostrou que a Paraíba tem potencial para se consolidar como um polo de inovação e desenvolvimento econômico no Nordeste. Os investimentos em infraestrutura, turismo e energias renováveis, somados a um ambiente com incentivos fiscais atrativos, tornam o estado nordestino altamente competitivo.

O Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos, promovido pela Editora Globo em parceria com o Governo da Paraíba e o Valor Econômico, destacou-se como um espaço fundamental para discutir o potencial de desenvolvimento da PB. O seminário, realizado com a presença do Governador da PB e sua relevante equipe técnica, reuniu importantes empresários que já investem no estado, abordando temas como infraestrutura, turismo e incentivos fiscais.

Apesar dos desafios, como a ausência de uma malha ferroviária ativa, o abandono do Hotel Tambaú, e a falta de segurança na CAGEPA, o seminário reforçou que a Paraíba está preparada para receber novos investidores nacionais e internacionais. É preciso conversar mais com os empresários canadenses, norte-americanos, europeus, japoneses, chineses, australianos, israelenses e árabes sobre a economia paraibana, com foco também em novos investimentos no agronegócio, mineração, transporte ferroviário, educação superior e IA, por exemplos.

O seminário evidenciou forte que o principal ativo da Paraíba é o seu povo, como ressaltado inicialmente pela secretária Rosália Lucas e, posteriormente, pela empresária Lizete Ribeiro. Em Campina Grande ocorre o Maior São João do Mundo, em Souza tem o Vale dos Dinossauros e as cachaças paraibanas são umas das melhores do Brasil.

Assim como nas obras de Ariano Suassuna, o estado é um território repleto de histórias e possibilidades, com uma identidade cultural única que se torna um diferencial competitivo. Ao aliar desenvolvimento econômico à valorização do patrimônio local, o Governo do estado cria um cenário que atrai investimentos e oferece oportunidades sustentáveis na belíssima Paraíba.

O Brasil conquistou a sua menor taxa de desocupação no trimestre outubro-novembro-dezembro de 2013, com 6,3%, segundo o IBGE. A economia brasileira estar bem próxima a igualar esta taxa de desemprego na próxima Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE. A taxa de desocupação no Brasil no trimestre de julho a setembro de 2024 foi de 6,4%, de acordo com a PNAD Contínua do IBGE. São sete milhões de desempregados no Brasil e mesmo desempregado na Paraíba, eu continuo estudando Celso Furtado, lendo suas obras e aprendendo com sua visão crítica sobre o desemprego no Brasil.

Das sete milhões de pessoas desocupadas não são contabilizadas pelo IBGE, as pessoas que recebem Bolsa Família, as que recebem o seguro-desemprego, as desalentadas, as informais e as que desistiram de procurar emprego formal ou informal nos últimos 30 dias no Brasil.

Eu continuo pesquisando também os principais indicadores e índices da Paraíba na atualidade, por exemplos, o pior Índice de Gini do Brasil (0,558), a pior remuneração média do país (R$ 2.310,20), o segundo menor PIB per capita do Brasil (R$ 19.081,81), a terceira maior taxa de analfabetismo do país (13,2%), o quinto estado brasileiro com o contingente de beneficiários do Programa Bolsa Família (667.588) superando o número de empregos com carteira de trabalho assinada (507.458), a quinta maior taxa de pobreza do Brasil (47,5%), a sétima maior taxa de extrema pobreza do país (11,1%), o sétimo pior IDHM do Brasil (0,698) e a oitava maior taxa de desemprego do país (8,6%).

Finalizando, acredito que seja uma singela contribuição estas relevantes reflexões sobre o Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos, em São Paulo, de quase três horas, na visão furtadiana mesclada com o humor de Suassuna, na busca que a Paraíba continue gerando mais saldo positivo de emprego com carteira de trabalho assinada, conforme os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Referência

ECONÔMICO, Valor. PARAÍBA, Governo da; GLOBO, Editora. Seminário Paraíba: Oportunidades & Investimentos. Disponível em: https://www.youtube.com/live/7WOezX_RbRo?si=f5sTJLUrU3WXaX7i. Acesso em: 31 Out. 2024.

(1) Economista paraibano, escritor, palestrante, conselheiro efetivo do CORECON-PB, diretor secretário do Fórum Celso Furtado de Desenvolvimento da Paraíba e autor de 18 e-books de Economia, o último e-book foi “A Importância do Canadá no G7 e G20”: https://paulogalvaojunior.com.br/canada/
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