MENU

28/10/2022 às 18h29min - Atualizada em 28/10/2022 às 17h19min

Faltam 17 dias para a 17ª Cúpula do G20 em Bali

Paulo Galvão Júnior

Paulo Galvão Jr.

Paulo Galvão Jr.

Economista, escritor, palestrante, professor de Economia no UNIESP, autor de 12 eBooks de Economia pela Editora UNIESP e Conselheiro do CORECON-PB.

https://www.g20.org/
A primeira reunião do Grupo dos Vinte (G20) ocorreu em 15 de dezembro de 1999, em Berlim, na Alemanha. E o G20 é um grupo formado primeiramente pelos Ministros das Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia (UE), representada pelo Presidente do Banco Central Europeu (BCE).
 
O G20 foi estabelecido inicialmente em reuniões ministeriais dos principais países desenvolvidos e emergentes do planeta para discutir assuntos da economia global, após as sucessivas crises financeiras nas economias emergentes como a Crise do México em dezembro de 1994, a Crise Asiática em julho de 1997, a Crise da Rússia em agosto de 1998 e a Crise do Brasil em janeiro de 1999.
 
A Primeira Cúpula do G20 ocorreu em Washington, nos Estados Unidos da América (EUA), cujo líder anfitrião foi o presidente americano George W. Bush, em 14 e 15 de novembro de 2008. Pela primeira vez, os Chefes de Estado e de Governo dos países desenvolvidos e emergentes e o líder da UE (Presidente do Conselho Europeu) se reuniram e não somente os Ministros das Finanças e Presidentes dos Bancos Centrais e do BCE. Esta pioneira e histórica Cúpula do G20 foi o início da reforma do mercado financeiro internacional e da economia mundial. E as principais metas foram à melhora da regulação e fortalecimento da transparência do mercado financeiro e o reforço na cooperação internacional diante da Crise de 2008 em setembro nos EUA.
 
A humanidade vem sofrendo com os impactos globais causados pela pandemia da COVID-19, a Guerra na Ucrânia e as mudanças climáticas, que afetam duramente os motores da economia mundial, os EUA, a China e a UE. Precisamos mudar urgente os rumos do mundo no engajamento da 17ª Cúpula do G20, com Chefes de Estado e de Governo do G20 e o líder da UE, que acontecerá nos dias 15 e 16 de novembro de 2022, em Bali, na Indonésia, a maior economia do Sudeste Asiático com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 1,1 trilhão em 2021 e a quarta maior população do mundo, com mais de 260 milhões de habitantes.

É preciso destacar que os três pilares para atual presidência do G20 são a Arquitetura de Saúde Global, a Transição de Energia Sustentável e a Transformação Digital para promover o desenvolvimento econômico sustentável, equilibrado e inclusivo. E a emergente Indonésia está localizada na Ásia, a capital é Jacarta, a moeda é rúpia indonésia e almeja realizar uma das mais relevantes Cúpulas do G20 desde 2008.
 
Os 19 países membros do G20 são a África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, EUA, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, que juntos representam 80% do PIB global, 75% do comércio internacional, 60% da população mundial e 52% da área territorial do planeta Terra.
 
Na próxima Cúpula do G20, os líderes do G20, cujo líder anfitrião será Joko Widodo, presidente da Indonésia, eles precisam recuperar a economia mundial, melhorar a qualidade de vida do cidadão mais pobre, diminuir a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar os recursos do fundo de combate à mitigação dos efeitos do aquecimento global (secas, enchentes, furacões, tufões, tempestades, tornados, elevação dos oceanos, etc.).
 
Os nove países desenvolvidos (Alemanha, Austrália, Canadá, Coreia do Sul, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido), os dez países emergentes (África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Brasil, China, Índia, Indonésia, México, Rússia e Turquia) e a UE formam o G20, o principal fórum multilateral de debate da economia global e uma das relevantes características da economia mundial é o surgimento de crise econômica. E as crises econômicas mundiais são cíclicas e grandes obstáculos ao crescimento econômico acelerado dos países e a maximização de lucro das empresas, provocando a falência ou a inadimplência de inúmeras empresas e aumentando o desemprego e a pobreza.
 
Recentemente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) advertiu que “o pior está por vir e, para muitas pessoas, 2023 parecerá uma recessão”, sobretudo, as pessoas da Alemanha, da Itália e da Rússia, por causa do aumento da taxa de inflação e das taxas de juros pelos Bancos Centrais nas 19 maiores economias do planeta.
 
Observando os principais indicadores dos 19 países que compõem o G20, percebemos claramente muitos contrastes entre nações desenvolvidas e nações emergentes. Os EUA são o país mais rico do G20 e do mundo, com o PIB nominal de US$ 23 trilhões e a África do Sul é o país mais pobre do G20 e o 2º mais rico da África, com PIB de US$ 419,9 bilhões, segundo os dados de 2021 do Banco Mundial.
 
A China é a nação mais populosa do G20 e do mundo, com 1,4 bilhões de habitantes, porém, a Austrália é a nação menos população do G20 e a mais populosa da Oceania, com 25,7 milhões de habitantes, segundo o Banco Mundial. A Rússia é o maior país do G20, do mundo e dos 10 países emergentes do G20, com 17,0 milhões de km2, todavia, a Coreia do Sul é o menor país do G20 e dos nove países desenvolvidos que compõem o G20, com apenas 100 mil km2. E a Coreia do Sul é frequentemente classificada como nação desenvolvida, devido aos enormes investimentos em educação de qualidade.
 
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) recentemente divulgou o novo ranking mundial do IDH no Relatório do Desenvolvimento Humano 2021-22. E a Austrália tem o melhor IDH do G20 e o 5º do mundo, com 0,951, enquanto, a Índia tem o pior IDH do G20 e o 132º do planeta, com 0,633, segundo os dados de 2021 do PNUD.
 
O IDH da Rússia (0,822) é maior do que o IDH da China (0,768), do Brasil (0,754), da África do Sul (0,713) e da Índia (0,633), ou seja, a Rússia é o melhor IDH do grupo BRICS. E o PNUD divide os países em IDH Baixo (entre 0 e 0,549), IDH Médio (entre 0,550 e 0,699), IDH Elevado (0,700 e 0,799) e IDH muito Elevado (entre 0,800 e 1).
 
Em 2021, cabe observar que o G20 tem treze países de IDH muito elevado, cinco países de IDH elevado e um país de IDH médio, logo, nenhum país de IDH baixo. A Austrália (0,951), Alemanha (0,942), Canadá (0,936), Reino Unido (0,929), Japão (0,925), Coreia do Sul (0,925), EUA (0,921), França (0,903), Itália (0,895), Arábia Saudita (0,875), Argentina (0,842), Turquia (0,838) e Rússia (0,822) são países de desenvolvimento humano muito elevado. E a China (0,768), México (0,758), Brasil (0,754), África do Sul (0,713) e Indonésia (0,705) são países de desenvolvimento humano elevado. E o país de desenvolvimento humano médio do G20 é a Índia, com IDH de 0,633.
 
Conforme os dados de 2011 do PNUD, entre os 19 países membros do G20, o Japão tem a maior esperança de vida ao nascer do G20, com 84,8 anos, enquanto, a África do Sul tem a menor expectativa de vida ao nascer do G20, com 62,3 anos, em outras palavras, um japonês vive 22,5 anos a mais do que um sul-africano.
 
Cabe observar também que no G20 tem oito países (Japão, Austrália, Coreia do Sul, Itália, Canadá, França, Reino Unido e Alemanha) com esperança de vida ao nascer maior do que 80 anos; sete países (EUA, Arábia Saudita, Argentina, China, Turquia, Brasil e México) com expectativa de vida ao nascer maior do que 70 anos; e quatro países com esperança de vida ao nascer menor do que 70 anos (Rússia, Indonésia, Índia e África do Sul), conforme o PNUD.
 
De acordo com os dados de 2021 do Banco Mundial e do PNUD, constatamos que o Brasil era a 12ª maior economia do G20 (PIB de US$ 1,6 trilhão); o 5º país mais populoso do G20 (213,9 milhões de habitantes); a 5ª nação mais extensa do G20 (mais de 8,5 milhões de km2); o IDH elevado (16º lugar no ranking do G20); e a esperança de vida ao nascer de 72,8 anos (14ª posição no ranking do G20).
 
Segundo dados da Austin Rating, a taxa de inflação acumulada de janeiro a setembro de 2022, o Brasil tem a quarta menor inflação do G20, com 4,1%, atrás apenas do Japão (2,8%), Arábia Saudita (2,7%) e China (1,9%). Já a Argentina com taxa de inflação de 66,1%, é a inflação mais alta do G20, a frente da Turquia (52,4%), Austrália (12,2%) e Rússia (10,6%), conforme o site PODER360.
 
Conforme a Statista (2022), a África do Sul tem a maior taxa de desemprego do G20, com 34,6% da população economicamente ativa (PEA) em outubro de 2022 e o Japão tem a menor taxa de desemprego do G20, com apenas 2,6% da PEA. E o Brasil tem a terceira maior taxa de desemprego do G20 com 9,8% da PEA, atrás apenas da África do Sul e da Turquia (10,8% da PEA).
 
De acordo com o FMI, 10 países pertencem ao grupo de renda alta (EUA, Alemanha, Austrália, Canadá, Reino Unido, Japão, Arábia Saudita, Coreia do Sul, França e Itália), sete países ao grupo de renda média alta (China, Rússia, Argentina, México, Turquia, Brasil e África do Sul) e dois países ao grupo de renda média baixa (Índia e Indonésia).
 
Conclui-se que é visível a preocupação mundial com o 247º dia da Guerra na Ucrânia, a crise energética na Europa, a insegurança alimentar na África, o preço do barril de petróleo, do gás natural e dos grãos e as mudanças climáticas. São fundamentais a motivação e o otimismo na cooperação econômica internacional do G20 e na construção de soluções eficazes para enfrentar os graves problemas econômicos, sociais e ambientais.
 
Em Bali, os líderes de 19 países e o líder da UE estarão juntos novamente e trabalhando na recuperação econômica global durante a 17ª Cúpula do G20, na Indonésia, cujo tema é Recover Together, Recover Stronger (em português, Recuperar Juntos, Recuperar mais Forte), que ocorrerá daqui a 17 dias. Enfim, as próximas Cúpulas do G20 serão na Índia em 2023 e no Brasil em 2024, e atualmente, a Itália (antecessor), a Indonésia (atual) e a Índia (sucessor) são os países da presidência do G20 conhecidos como Troika. Portanto, vamos G20 em busca da prosperidade global e da paz mundial!
 
Referências
BANCO MUNDIAL. Dados por país. Disponível em: https://data.worldbank.org/country/south-africa?view=chart. Acesso em: 28 out. 2022.
FMI. Perspectivas da Economia Mundial. Disponível em: https://www.imf.org/en/Publications/WEO/Issues/2022/10/11/world-economic-outlook-october-2022. Acesso em: 28 out. 2022.
G20. G20 Indonésia 2022. Disponível em: https://www.g20.org/. Acesso em: 28 out. 2022.
PNUD. Relatório de Desenvolvimento Humano 2021-22. Disponível em: https://hdr.undp.org/content/human-development-report-2021-22. Acesso em: 28 out. 2022.
PODER360. Brasil tem a 4ª menor inflação do G20 em 2022. Disponível em: https://www.poder360.com.br/economia/brasil-tem-a-4a-menor-inflacao-do-g20-em-2022/. Acesso em: 28 out. 2022.
STATISTA. Taxa de desemprego dos países do G20 em 2022. Disponível em: https://www.statista.com/statistics/722965/g20-unemployment-rates/. Acesso em: 28 out. 2022.
Link
Leia Também »
Comentários »