Nos dias atuais, podemos ler vários e bons livros de autores brasileiros e estrangeiros para compreender melhor a macroeconomia. Entre os autores internacionais, hoje, destaco o economista francês Olivier Jean Blanchard, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) de 2008 a 2015.
Olivier Blanchard de 1983 a 2014 atuou como renomado Professor de Economia do Massachusetts Institute of Techonology (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos da América (EUA). É o autor do livro-texto em nível de graduação intitulado Macroeconomics (em português, Macroeconomia), de 1997, na época muito preocupado com o alto desemprego na Europa Ocidental.
Para o Professor Emérito do MIT (2014-hoje) Olivier Blanchard (1999, p. 4), a taxa de desemprego é “a proporção de trabalhadores de uma economia que não estão empregados e procuram emprego”. Em seguida, o autor enfatiza que “é a razão entre o número de desempregados e a força de trabalho” (BLANCHARD, 1999, p. 24).
O Professor Blanchard da Harvard University (1977-1983), em Cambridge, escreveu no Capítulo 20 sobre o desemprego elevado e analisou primeiramente a taxa de desemprego nos EUA durante a Grande Depressão. A taxa de desemprego de 3,2% em 1929 subiu para 24,9% em 1933, e posteriormente, caiu para 9,9% em 1941. Entre 1929 e 1941, a taxa média de desemprego norte-americana foi de 16,1% ao ano.
Em seguida, o Senior Fellow do Peterson Institute for International Economics (PIIE), em Washington, desde 2015, analisou a taxa de desemprego na Europa Ocidental, especialmente, dos países membros da União Europeia (UE). Em 1995, a maior taxa de desemprego da UE era da Espanha com 22,7%, enquanto, a menor taxa era de Luxemburgo com 2,8%.
No continental Brasil a projeção do índice de desemprego é de 9,5% da população economicamente ativa (PEA) em 2023, conforme o FMI. E a República Federativa do Brasil enfrenta um grave problema macroeconômico, o alto nível de desemprego, no atual 8,3% e com 9,0 milhões de desempregados nas cinco regiões do País, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Então, surge uma relevante questão: O que deve ser feito para reduzir o elevado desemprego no emergente Brasil?
O Brasil é a locomotiva da América Latina, é um dos 33 países-membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e com enormes condições para promover o crescimento econômico sustentado, porque tem excelente capacidade para produzir e exportar produtos agropecuários, minérios, vinhos, cachaças, aviões, calçados, automóveis e outros produtos industrializados para o resto do mundo.
Em pleno Capitalismo Informacional, muitos trabalhadores precisam investir na sua qualificação profissional e renegociar as dívidas no cartão de crédito, utilities (contas de água, luz e gás), telecomunicações, bancos e varejo, porque de 61,5 milhões de inadimplentes em fevereiro de 2021 subiu para 69,0 milhões em outubro de 2022 (SERASA). E diante das mudanças climáticas, muitas empresas necessitam elaborar projetos de economia verde, porque promovem a prosperidade, ou seja, uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) acima de 7%, e o pleno emprego, ou seja, uma taxa de desemprego abaixo de 6%, ao mesmo tempo, protegem o meio ambiente.
O Brasil mudou depois da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), da Grande Depressão (1929-1941), da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e da Grande Recessão (2007-2009). Em plena pandemia da COVID-19, infelizmente, o Brasil tem mais de 694 mil mortes; 11 milhões de pessoas analfabetas com mais de 15 anos; 100 milhões de pessoas não têm coleta de esgoto; um déficit habitacional de 5,8 milhões de moradias; além de brasileiros pagando mais de R$ 2,8 trilhões em tributos no ano de 2022.
Felizmente, o agronegócio produzirá uma safra recorde de grãos no ciclo 2022/23. E a energia solar já é a segunda principal fonte da matriz energética brasileira, com enorme potencial de crescimento de instalação de painéis solares em residências, prédios, universidades, indústrias, hotéis e propriedades rurais nas cinco regiões do País.
O que realmente importa é gerar empregos nos 26 estados e no Distrito Federal e são os investimentos privados que geram novos empregos. E os desafios do Brasil são enormes em 2023, que começou com os mesmos problemas do ano de 2022 como a pandemia da COVID-19, a Guerra na Ucrânia, os preços elevados dos alimentos, combustíveis e passagens aéreas, a alta inflação, a elevada inadimplência, a baixa produtividade, a elevada dívida pública e a desaceleração econômica da China, dos EUA e da UE.
As projeções macroeconômicas do PIB para o Brasil no ano de 2023 são preocupantes. Em outubro de 2022, “a projeção do FMI para o PIB de 2023 aponta para crescimento de 1%”, de acordo com o site oficial do antigo Ministério da Economia (2022), agora, Ministério da Fazenda. E o último Relatório de Mercado Focus de 2022 e divulgado em 2 de janeiro de 2023, a projeção macroeconômica do Banco Central do Brasil (BCB) é de uma taxa de crescimento do PIB brasileiro de 0,80% em 2023.
São grandes as chances do PIB brasileiro crescer mais do que 0,80% em 2023. Todavia, não é descartada a possibilidade do país entrar em recessão no ano de 2023. Não vai ser nada fácil a vida financeira do povo brasileiro com tantas mudanças, tantas incertezas. Logo, precisamos trabalhar mais, empreender mais, de menos tributos (92) e menos juros (a maior taxa de juros reais do mundo) para aumentar o consumo das famílias.
Em suma, em plena Quarta Revolução Industrial, o melhor caminho para a geração de emprego é o crescimento econômico robusto. Portanto, a diminuição da taxa de desemprego está ligada ao aumento da taxa de crescimento do PIB do País. E a palavra-chave para o Brasil nos próximos quatro anos é a prosperidade.