Os valores do IDH do G20 variam de 0,950 na Alemanha até 0,644 na Índia, refletindo grandes diferenças nos níveis de saúde, educação e renda. Países como Alemanha, Austrália e Reino Unido estão entre os três maiores IDHs do G20, o que sugere uma população com altos níveis educacionais, um sistema de saúde eficaz e um RNB per capita elevado.
Por outro lado, países classificados como nação de desenvolvimento humano alto, como Indonésia (IDH de 0,713) e África do Sul (IDH de 0,717), ambas enfrentam desafios significativos em áreas cruciais, como acesso à educação, saúde e a persistente desigualdade econômica. A África do Sul, por exemplo, ainda luta contra a desigualdade econômica mais alta do planeta e um sistema educacional que carece de equidade e qualidade em muitas áreas rurais.
A Alemanha lidera o ranking do G20 em termos de desenvolvimento humano, com um IDH de 0,950, um reflexo de sua estabilidade econômica, sistemas educacionais e de saúde de qualidade. A Austrália segue de perto com 0,946, e o Reino Unido, com 0,940, também mantém uma posição destacada no G20.
Países como Canadá (0,936), Coreia do Sul (0,929), Estados Unidos (0,927), Japão (0,920), França (0,910) e Itália (0,906) também apresentam desenvolvimento humano muito alto. Esses países desenvolvidos são conhecidos por seu elevado investimento em educação de qualidade, além de sistemas de saúde eficientes, fatores que contribuem diretamente para seu IDH muito alto.
Quando se observa países emergentes como China (0,770), México (0,770), Brasil (0,760), África do Sul (0,717) e Indonésia (0,644), são nações de IDH alto, e que há desafios maiores no que diz respeito ao desenvolvimento humano. O Brasil, por exemplo, apesar de ser uma das dez maiores economias do G20, é o 16º colocado no ranking do G20, porque lida com disparidades educacionais, elevada desigualdade de renda e um sistema de saúde que enfrenta sérias dificuldades.
A Índia, o último colocado do ranking do G20, apesar de seu crescimento econômico robusto nos últimos dez anos, é a quinta maior economia do mundo, todavia, enfrenta um conjunto ainda maior de desafios socioeconômicos, com alta taxa de pobreza, níveis baixos de escolaridade e expectativa de vida ao nascer baixa em muitas cidades da zona rural indiana. Para a Índia é fundamental a busca pela redução da desigualdade econômica, pelo investimento contínuo em capital humano e por um crescimento econômico sustentável, que possa garantir melhorias no IDH para as próximas gerações.
O contraste entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento é evidente no G20. Economias desenvolvidas como a da Alemanha e Austrália estão bem à frente em termos de desenvolvimento humano, enquanto as economias emergentes como Índia e Indonésia lutam para equilibrar crescimento econômico com melhoria na qualidade de vida.
Entre os países emergentes do G20, destacam-se a Arábia Saudita (IDH de 0,875), Turquia (IDH de 0,875), Argentina (IDH de 0,849) e Rússia (IDH de 0,821), classificados como países de desenvolvimento humano muito alto, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano 2023/2024. Esses quatro países emergentes apresentam resultados positivos em áreas como educação, esperança de vida ao nascer e RNB per capita, o que os coloca em posição de destaque entre as economias em desenvolvimento do G20.
CONSIDERAÇÕES FINAIS A XIX Cúpula do G20 sob a presidência rotativa do Brasil irá acontecer entre 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, no Museu de Arte Moderna (MAM). É fundamental analisar o IDH das 19 nações integrantes do G20, no Rio, sob a decisão conjunta da troika formada por Índia, que presidiu a XVIII Cúpula do G20 em 2023, Brasil, e África do Sul, que presidirá a XX Cúpula do G20 em 2025.
O IDH do G20 oferece uma visão clara das desigualdades no desenvolvimento humano entre as 19 maiores economias do mundo. Enquanto países como Alemanha, Austrália, Reino Unido e Canadá lideram com de IDH muito alto, refletindo investimentos eficazes em capital humano, países como Índia, Indonésia, África do Sul e Brasil apresentam desafios substanciais no desenvolvimento humano.
Finalizando, esses dados do PNUD reforçam a importância de políticas públicas eficientes e investimentos privados eficazes que priorizem a educação e saúde de qualidade e a redução da desigualdade econômica para promover o desenvolvimento humano. A comparação entre as economias desenvolvidas e emergentes no G20 sugere que, apesar de estarem no mesmo grupo econômico, os caminhos para o desenvolvimento humano muito alto variam drasticamente entre esses 19 países em plena Quarta Revolução Industrial.
REFERÊNCIA PNUD.
The Human Development Report 2023/2024. Disponível em:
https://hdr.undp.org/system/files/documents/global-report-document/hdr2023-24reporten.pdf. Acesso em: 03 Out. 2024.
(*) Economista brasileiro e autor do e-book “A Importância do Canadá no G7 e G20”: https://paulogalvaojunior.com.br/canada/.
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